Após uma reunião entre economistas do mercado financeiro com o diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), Diogo Guillen, as expectativas para a inflação em 2025 foram alteradas. A maioria dos participantes acredita que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve ficar entre 3,8% a 4,0%, de acordo com apuração do Broadcast.
Para esse grupo, a piora no cenário externo deve ser uma pressão aos preços no Brasil, através do câmbio e das commodities.
Enquanto isso, a minoria dos economistas que estiveram o diretor do BC veem a chance da inflação encerrar o ano de 2025 em 3,5%, por conta do alto nível em que a Selic (taxa básica de juros) deve seguir.
“Uma parte que estava ajudando a inflação deve ajudar menos ou até atrapalhar”, disse um dos economistas, segundo fontes da reportagem, que levantou a questão de maior pressão vindo dos bens industriais e alimentos, na comparação com 2024.
BC: Economistas também veem tragédia no RS como fator considerável
“Além do impacto sobre alimentação, há uma preocupação se haverá efeito sobre bens, com o fechamento de fábricas na região”, comentou uma fonte.
Segundo o veículo, outro analista que esteve no encontro com o BC, disse que os participantes tiveram opiniões divergentes quanto aos efeitos da tragédia no Rio Grande do Sul sobre a economia brasileira. Foram apresentados cálculos de impacto entre zero a -0,2% p.p. sobre o PIB (Produto Interno Bruto).
Conforme informado por outro economista durante a reunião, as estimativas para o PIB de 2024 estão próximas de crescimento em 2%, após revisões para baixo, por conta das enchentes no RS.
Outra fonte afirmou que os cenários são mais fracos para o ano que vem, pois especialistas esperam crescimento menor que 2%, “em função do efeito do juro maior por mais tempo sobre a economia, que não era a conta nas últimas reuniões”.
Encontros como esse, que ocorreu na sede do BC em São Paulo, são um modo da autoridade monetária colher avaliações quanto ao cenário da economia com o mercado. Dessa forma, embasando seus relatórios trimestrais de inflação.