O Banco Central atualizou suas projeções econômicas, elevando a previsão de crescimento para 2023 para 3,0% em seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (21). Ao mesmo tempo, revisou para baixo a expectativa de crescimento do PIB em 2024 para 1,7%, anteriormente estimada em 1,8%.
O relatório também destacou uma mudança significativa na perspectiva inflacionária, reduzindo drasticamente a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano, de 67% para 17%.
Embora os dados econômicos recentes tenham sido positivos, indicando um bom desempenho, as políticas contracionistas adotadas pelo Banco Central para controlar a inflação estão começando a mostrar efeitos de desaceleração na atividade econômica. O relatório destaca que, apesar do terceiro trimestre ter registrado um crescimento “ligeiramente maior do que o esperado”, há sinais de arrefecimento no horizonte.
“O cenário prospectivo inclui aumento do ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com moderação do consumo das famílias, retomada dos investimentos, e manutenção de um balanço favorável nas contas externas”, disse.
Embora as projeções do BC para o crescimento em 2023 estejam alinhadas com as expectativas do governo, há divergências em relação a 2024. O Ministério da Fazenda prevê um crescimento menor, com 2,2% para o próximo ano.
A pesquisa Focus mais recente revela estimativas um pouco mais moderadas do mercado, com previsões de crescimento do PIB em 2,92% para 2023 e 1,51% para 2024.
Inflação
O Banco Central indicou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma elevação menor do que o esperado conforme relatado em setembro. Essa tendência foi principalmente influenciada por uma surpresa baixa nos segmentos de preços administrados, especialmente em combustíveis, e bens industriais.
“A inflação cheia e a média dos núcleos de inflação se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, disse.
Apesar disso, a autoridade monetária ressaltou que não houve uma alteração significativa na mediana das expectativas de inflação para os próximos anos, mantendo-se desalinhadas.