O Banco Central (BC) do Brasil anunciou que subiu para 2,9% a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano. A instituição financeira também afirmou que irá manter a inflação em 5%. As informações são do Relatório Trimestral de Inflação divulgados nesta quinta-feira (28).
De acordo com o documento, o crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, foi bem maior do que o esperado para o segundo trimestre. Uma surpresa positiva, segundo o Banco Central.
Ao comentar os dados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a expectativa do governo é ainda melhor. “Deve subir um pouquinho mais, eu acredito. A nossa projeção já está superior a 3%. Cada um tem sua metodologia, mas está tudo convergindo para a mesma coisa”, afirmou o ministro Fernando Haddad.
A estimativa de crescimento da agropecuária passou de 10% para 13%, a indústria foi de 0,7% para 2% e o setor de serviços foi revisto de 1,6% para 2,1%.
Na demanda doméstica, houve alta nas previsões para o consumo das famílias de 1,6% para 2,8% e do governo de 1% para 1,8%. E um recuo nas expectativas que visam o desempenho da formação bruta de capital fixo – medida para os investimentos no PIB -, com uma queda de 1,8% para contração de 2,2%.
Inflação
No caso da inflação, o relatório aponta que no acumulado em 12 meses o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou, de 3,9% em maio para 4,6% em agosto. Isso porque o período de cálculo deixou de incluir os meses de 2022, em que houve redução de impostos e nos preços dos combustíveis. Segundo o documento, “os núcleos de inflação ainda estão acima da meta, mas continuaram recuando, sugerindo continuidade do processo de desinflação”.
As metas de inflação são de 3,25% em 2023 e 3% em 2024, 2025 e 2026. O sistema prevê intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. Atualmente, a autoridade monetária mira 2024 e, em menor grau, 2025 para conduzir a Selic, anos para os quais projeta inflação de 3,5% e 3,1%.
As expectativas dos analistas econômicos é que a inflação deve recuar após a decisão do Conselho Monetário Nacional sobre a meta, mas se mantêm acima da meta de 3%. Para 2023, a expectativa é que a inflação permaneça em 5%. Já para 2024 e 2025, a estimativa é de que o IPCA fique em 3,5% e 3,1%, respectivamente.
O relatório destaca ainda que é esperada uma redução na taxa básica de juros, do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), de 0,50 ponto percentual. Hoje a Selic está em 12,75 ao ano. “Esse ritmo é o considerado apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de queda da inflação. A conjuntura atual demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, afirma o relatório.