O Banco Central do Brasil comunicou nesta quarta-feira (26) que irá manter a atual taxa de juros, que se encontra em 13,75% ao ano. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em setembro, a instituição monetária optou por interromper o ciclo de alta da Selic, que teve início em março de 2021.
“O Copom manteve a Selic em 13,75%, em linha com a expectativa do mercado, e trabalhando com um cenário base que engloba muitas incertezas no radar, dentre as quais a desaceleração da atividade econômica global, a queda dos preços das commodities internacionais em real e o risco de “efeito rebote” dos impostos “represados” em 2022, em especial nos combustíveis, fazerem pressão sobre os preços no começo de 2023, se mostrou o mais prudente manter a taxa básica de juros, e seguir acompanhando a trajetória da inflação”, afirmou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.
Na época da última reunião, ao interromper o ciclo de alta, o BC disse que se manteria vigilante, “avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, afirmou o BC em comunicado emitido nesta quarta-feira.
A instituição monetária brasileira também escreveu que o Copom seguirá vigilante se a estratégia de manter a taxa Selic atual conseguirá frear a inflação. O BC reitera que não hesitará em retomar o ciclo de alta na taxa de juros caso seja necessário.
“O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, relatou o BC.
Em setembro, BC interrompeu alta de juros
Em 21 de setembro, o Banco Central do Brasil optou por interromper o ciclo de alta de juros. A instituição monetária comunicou ao mercado que não irá alterar a taxa Selic, que se encontra em 13,75% ao ano. O ciclo de alta dos juros básicos teve início em março de 2021.
Em comunicado, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirmou que novos ajustes na taxa básica de juros poderão ser feitos, caso a inflação não apresente sinais de arrefecimento.
“O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, escreveram.
“A inflação ao consumidor, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos de medidas tributárias, continua elevada”, afirmaram.
O Comitê ainda comentou sobre o cenário externo, reiterando que o cenário continua adverso no exterior e dando enfoque nos resultados econômicos negativos da China.