Diogo Guillen, diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira (27) que o cumprimento da meta contínua de inflação pela autarquia (3%) é “plenamente factível”
O IPCA (Índice de Preços ao Comsumidor Amplo), medidor oficial da inflação, ficou na marca de 3% poucas vezes na história do Brasil, o que demonstraria dificuldade de atingir a meta, em tese.
Questionado sobre isso, o diretor do BC pontuou que as condições no passado eram diferentes.
“No passado, a meta também era diferente, a meta não era de 3%. Então, as expectativas estavam em outro nível, porque a meta estava em outro nível”, afirmou Guillen, em participação no JHSF Capital Day.
Ele acrescentou ainda que o atingimento da meta de inflação de 3% é “plenamente factível”
As comunicações recentes da autarquia mostram que o banco mira no centro da meta de inflação, de 3%, e que está disposto a fazer o necessário na política monetária para atingir este objetivo. Inclusive elevar a Selic (taxa básica de juros), como foi feito na semana passada.
A meta de 3% da inflação tem sido questinada por agentes do mercado e economistas desde que foi oficializada, visto que o Brasil possui um histórico de inflação elevada.
Guillen defendeu que o decreto “sepultou” qualquer dúvida sobre a meta de inflação, ao fixá-la em 3% “para sempre”.
BC caminha para aumentar transparência, diz Campos Neto
O BC (Banco Central) tenta caminhar no sentido de elevar a transparência, mas não a ponto de gerar ruídos. A afirmativa foi feita nesta quinta-feira (26) pelo presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, durante a coletiva para comentar o RTI (Relatório de Inflação Trimestral).
“A gente tentou caminhar sempre no sentido de aumentar a transparência, mas sempre há um debate em algum momento de que há um limite, um ponto de inflexão em que, se aumenta a transparência rápido demais sobre muitos itens ao mesmo tempo, gera ruído”, disse Roberto Campos Neto, de acordo com o “Valor”.
“Quero aumentar a transparência, mas preciso fazer isso de uma forma que não gere mais ruído”, acrescentou.
Ele apontou que esse é o motivo para que, às vezes, o BC espere algum estudo ou dado estar mais maduro para ser publicado. “A pergunta é: por que não publicar tudo de forma transparente de uma vez só? O histórico mostra que isso pode gerar ruído”, declarou.