Economia

BC: narrativa de divisão de votos ganhou muito destaque, diz diretor

Segundo Paulo Picchetti, diretor do BC (Banco Central), mesmo com votos divididos não existia, e continua nõa existindo, divergência

Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC (Banco Central) disse, nesta sexta-feira (7), que a narrativa da divisão de votos do Copom (Comitê de Política Monetária) ganhou um papel muito grande.

“Apesar da divisão de votos, não existia divergência e continua não existindo no diagnóstico dessas questões tanto externas como internas”, afirmou o dirigente do BC, durante seminário na FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo.

“A principal mensagem que gostaríamos de ter passado na ata era de unanimidade em relação ao diagnóstico dos problemas e ao compromisso de atingir o centro da meta no horizonte relevante de 2025”, continuou.

Para Picchetti, o BC está em um processo de aprendizagem, de desenvolvimento institucional,  diante das alterações resultantes do processo de autonomia.

Segundo ele, de agora em diante é preciso que o Copom reafirme o compromisso com a convergência da inflação. 

“É um desafio enorme, mas que terá que ser perseguido, junto com o desafio do lado fiscal também”, comentou o diretor do BC.

Diretor do BC diz que ruídos do Copom mexeram com expectativas da inflação

Na avaliação de Picchetti, o BC não faz política fiscal e apenas reage, a depender da direção apontada pelos condicionantes. Ele diz ver um desafio político enorme nesse campo, porém espera que o governo tenha sucesso com os ajustes necessários. 

A desancoragem das expectativas de inflação para 2025 estão atreladas tanto ao ruído com o último Copom quanto ao cenário fiscal do Brasil e do exterior, conforme sua concepção.

O dirigente do BC disse acreditar que a publicação do decreto da meta contínua de inflação deve ajudar com a credibilidade da política econômica. 

No próximo Relatório Trimestral de Inflação, disse Pichetti, a estimativa de 4,5% para a taxa de juro real neutra deve ser revisada. “A questão é porque temos uma taxa neutra tão alta”, observou.