Política econômica

BC: PEC sobre autonomia tem mérito razoável, diz Pacheco

Os atritos entre Lula e Campos Neto aumentaram a necessidade de debate profundo do tema, diz Rodrigo Pacheco

Foto: Pedro Gontijo / Agência Senado
Foto: Pedro Gontijo / Agência Senado

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, afirmou que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pretende ceder autonomia financeira e orçamentária ao BC (Banco Central) deve passar por um amplo debate. 

Segundo Pacheco, o momento de atrito entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, aumentou ainda mais a necessidade de debate profundo sobre a proposta.

“O mérito é razoável, mas temos que avaliar circunstâncias de momento”, disse, de acordo com o “Valor”.

“Eu acho que esse debate sobre o incremento de autonomia do Banco Central, por mais meritória que seja, que seja um debate feito mais profundamente e de uma maneira mais alongado. O momento agora de divisões e divergências entre o governo federal e o Banco Central, que todos acompanham, talvez seja o ingrediente que não ajude a resolver o problema”, disse Pacheco.

Sem desconsiderar o bom mérito do projeto, eu teria um pouco mais de cautela em relação a esse tema, ampliando o debate para três sujeitos fundamentais, os servidores do banco central, os agentes regulados pelo Banco Central, e o próprio governo federal”, continuou o presidente do Senado. 

BC: nome de Galípolo para chefia deve ser confirmado em agosto

O atual diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, deve ser anunciado como o próximo presidente da autarquia em agosto, informou o colunista Lauro Jardim, do O Globo.

Segundo o colunista, a data foi sugerida por Campos Neto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o argumento de que, se fosse muito cedo, o poder no BC ficaria dividido muito antes do fim do mandato, e se fosse no fim do ano, quando acaba sua gestão, a transição seria dificultada.

Não é de hoje que o mercado acompanha – com certo temor – quem será o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar o BC.

A insegurança, inclusive, ajudou o prêmio de risco sobre ativos brasileiros a subir nos últimos meses, em especial após a decisão dividida do Copom (Comitê de Política Monetária) na reunião de maio.