Economia

BC reduz taxa de juros em 0,5 p.p e Selic vai para 12,25%

Esta é a terceira redução seguida promovida pela autoridade monetária

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) anunciou nesta quarta-feira (1º) mais um corte de 0,5 p.p na taxa básica de juros no Brasil. Esta é a terceira redução seguida promovida pela autoridade monetária.

Com a nova diminuição no índice, a Selic vai a 12,25%. O corte veio em linha com o que previa o mercado financeiro, que espera ainda mais uma redução de 0,5 ponto percentual na última reunião do Copom em 2023, que acontecerá nos dias 12 e 13 de dezembro.

Em nota, o BC deu destaque ao desafiador cenário econômico no exterior, cujo o Copom avalia que “exige atenção e cautela por parte de países emergentes”. A autoridade monetária enfatizou a elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos EUA, a resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países, as novas tensões geopolíticas e também a determinação dos bancos centrais das principais economias em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas.

Em relção ao cenário interno, o BC destacou a trajetória de desinflação, mas ponderou que a inflação ainda está acima da meta. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6%, 3,9% e 3,5%, respectivamente. As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 4,7% em 2023, 3,6% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,3% em 2023, 5,0% em 2024 e 3,6% em 2025.

O comitê também frisou a importância da firme persecução das metas fiscais “para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária”. O tema começa a gerar preocupação no mercado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitir que o governo terá dificuldade em zerar o déficit em 2024.

Projeção

De forma unânime, os nove membros do comitê concordaram com o corte de 0,5%. No comunicado, o BC indicou que deve manter o mesmo ritmo de corte nas próximas reuniões.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.