O BC (Banco Central) se tornou a “única âncora” do mercado diante da deterioração fiscal, e os riscos de alta da Selic (taxa básica de juros) são constantes. A afirmação é de Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs (GSGI34).
Segundo o economista, há a possibilidade de que o desequilíbrio na economia obrigue o BC a aumentar sua taxa.
“As probabilidades de isso acontecer ainda são baixas, embora mais elevadas do que há dois ou três meses, e aumentando”, disse ele, de acordo com a Bloomberg.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) superior ao previsto, divulgado nesta terça-feira (11), combinado aos riscos fiscais, torna um corte da taxa improvável na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima semana.
BC: PEC da autonomia financeira pode ser votada em breve
Plínio Valério (PSDB-AM), relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 65, para a autonomia financeira e orçamentária do BC (Banco Central), disse que seu parecer poderá ser votado antes do recesso do Congresso no meio do ano.G
“A autonomia do BC é necessária. Agora é uma questão política aqui no Senado, mas o relatório está pautado para esta quarta-feira, quando lerei [o parecer] e vamos colocar em votação com os membros da CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]”, afirmou Valério, nesta segunda-feira (10).
“Será uma mudança histórica, e a PEC de autoria do senador Vanderlan Cardoso irá equiparar o BC brasileiro aos bancos centrais das grandes economias mundiais”, continuou ele, em vídeo divulgado pela assessoria.
Segundo o parlamentar, o temor de uma parcela de servidores e inativos com o fim da autarquia será derrubado quando forem explicitadas as regras de transição para o novo regime.
“Com todas as garantias de estabilidade e possibilidade de recomposição de salários tão defasados para as funções que exercem”, completou.