BC: presidente diz que ‘Super app’ está em implementação

Banco Central está desenhando um ‘super app’ para reunir, de forma integrada, todos os produtos e serviços financeiros

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, revelou que a instituição está desenhando um ‘super app’ para reunir, de forma integrada, todos os produtos e serviços financeiros. 

“É basicamente um lugar onde você concentra todos os seus produtos financeiros, integrados. E os produtos vão puxar automaticamente os dados de todos os bancos. Os investimentos, por exemplo, serão ‘calibrados’ com o que você tem em todas as corretoras”, afirmou Campos Neto, em evento promovido na quarta-feira (12) pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). As informações são do Finsiders.

O super app – que está em fase inicial de implementação – representaria, na prática, a união entre quatro blocos da agenda tecnológica capitaneada pelo BC: Pix, Open Finance, internacionalização da moeda e real digital. “Em algum momento, não terá um app do banco A, B ou C, e sim o que chamamos de agregador”, disse o presidente da autoridade monetária.

Ele citou, por exemplo, alguns recursos dessa plataforma. “Se quiser fazer um Pix, a pessoa vai decidir entre débito ou crédito. No caso do débito, [o agregador] mostrará o saldo em todos os bancos onde ela tem conta. Já no crédito, aparecerá a linha que tem em cada banco”, afirmou.

Outra ferramenta, conforme ele, seria uma espécie de “cash management” para pessoas físicas. “Você vai apertar um botão e terá toda a posição consolidada, com todos os pagamentos, assim como [o agregador] poderá sugerir, por meio de contato com todas as plataformas, qual a melhor coisa para otimizar seu fluxo.”

Monetização de dados

O presidente do BC disse, ainda, que as informações produzidas no uso do ‘super app’ vão abastecer o que Roberto tem chamado de “carteira digital de dados”. Na visão dele, então, a ideia é que as pessoas passem a acumular seus dados para, em algum momento, trocá-los por tokens. Assim, também poderão ganhar dinheiro com isso.

“Hoje quem monetiza seus dados, em geral, são as big techs. O que queremos é fazer com que as pessoas se apoderem da capacidade de monetizar os seus dados”, exemplificou. Em setembro do ano passado, ele já havia falado sobre o tema em evento da DrumWave, empresa de tecnologia que se propõe a criar uma poupança de dados.

Roberto também comentou que, com o crédito no Pix, o cliente não precisaria “em tese” mais de cartões de crédito. Vale lembrar, contudo, que a modalidade de Pix Garantido — também chamado de Pix Parcelado — está na agenda evolutiva do sistema de pagamentos instantâneos, ainda sem data para sair do papel.