Inflação à meta

BC: “Tempo vai jogar a favor”, diz Galípolo

"quando existe o desafio, mas você sabe o que precisa ser feito, não há razão para se estressar", disse Galípolo

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC (Banco Central), afirmou, nesta quinta-feira (6), que a instituição está em uma posição mais delicada quanto à gestão monetária, isto por conta do processo de desancoragem das estimativas de inflação, que tem se intensificado.

“Não cabe ao BC explicar as razões. A nossa função é reagir, ainda que não se consiga estabelecer de maneira clara e objetiva os motivos”, disse Galípolo durante a abertura da final da Olimpíada Brasileira de Economia. 

Mesmo com declarações contrárias aos apontamentos da comunicação oficial do BC, o diretor a defendeu e também destacou que os demais dirigentes, que estão no BC há mais tempo, já conquistaram credibilidade junto aos agentes econômicos.

Ele acredita que, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) ocorrida em maio, houve um “trade-off” quanto à comunicação da autoridade monetária e à importância do “forward guidance”. 

Outro ponto levantado foi a subjetividade de cada diretor a uma mudança “substancial”, ou não, no cenário econômico, naquele momento, de acordo com o “Valor”.

“Se eu acreditar que é verdade que, a partir da autonomia, cada um dos diretores será analisado de maneira individual, é normal a subjetividade na função de reação de cada diretor, o que pode provocar divergências marginais, como a que aconteceu”, afirmou.

Para ele, no entanto, é equivocado “tentar parecer que existiu um ‘trade-off’ entre o compromisso com o ‘guidance’ e com a meta de inflação”. 

BC: Galípolo diz que Copom deve controlar juros para inflação chegar à meta

Galípolo reforçou o compromisso de persuadir as metas de inflação, afirmando que a função do Copom é colocar a taxa de juros “em patamar restritivo o suficiente” que consiga convergir a inflação à meta.

“Tenho mantido serenidade e parcimônia, porque quando existe o desafio, mas você sabe o que precisa ser feito, não há razão para se estressar. O tempo vai jogar a favor do BC”, comentou.

“Cabe ao BC e à institucionalidade do BC, por ações e discurso, mostrar que existe um compromisso do que é o ‘job description (função)’”, avaliou Galípolo quanto aos membros da autoridade monetária serem testados até o fim do mandato.