Carolina de Assis Barros, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC (Banco Central), afirmou, nesta segunda-feira (1º), que a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul (RS) reforça a importância de se atingir a resiliência financeira.
A diretora do BC discursou durante o Global Partnership for Financial Inclusion, iniciativa do G20. “A resiliência financeira deve ser, mais do que nunca, um resultado chave buscado por meio de esforços globais relacionados à inclusão financeira e ao bem-estar financeiro”, disse ela trecho do discurso.
Barros lembrou que mais de 94% da atividade econômica do RS foi afetada pelas enchentes, enquanto o aeroporto Salgado Filho, na capital Porto Alegre, deve seguir fechado até dezembro.
“Infelizmente, sabemos que essa catástrofe não é um caso isolado”, disse ela, de acordo com o “InfoMoney”.
A diretora do BC também citou 3 iniciativas do Global Partnership para criação de um ecossistema inclusivo e sustentável, que permitirá às famílias e companhias chegarem à dita resiliência financeira, à estabilidade e ao bem-estar financeiro.
A preparação de um novo plano de ação para financiamento de micro, pequenas e médias empresas foi um dos pontos levantados.
A linha engloba direcionar a “percepção enganosa” de um maior risco associado a elas, tornando os serviços financeiros mais adequados às suas necessidades e melhorando a disponibilidade de dados confiáveis.
“Superar esses desafios requer esforços conjuntos de governos, instituições financeiras e empreendedores”, completou a diretora do BC.
Barros também falou sobre avançar com a “última milha” da inclusão financeira, com a criação de produtos e serviços com responsabilidade e proteção aos consumidores. Além da importância de considerar o bem-estar financeiro como um guia à inclusão financeira.
RS: ajuda federal soma R$ 39 bi e vira “régua” para calamidades
Após as enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul (RS) em abril, a ajuda do governo federal já soma R$ 39,1 bilhões, pelo menos. Segundo dados do Painel do Orçamento Federal, o valor chegou a esse nível com o reforço de R$ 15 bilhões em recursos para empréstimos a empresas afetadas.
O objetivo do Painel é transparecer a atuação do governo e ajudar a conter a pressão pela inclusão de novos programas de apoio. O governo não tem intenções de nega a ajuda necessária ao RS, segundo fonte do “Valor”.
Porém, o auxilio precisa ser parcimonioso, por que outras calamidades podem ocorrer e, sendo assim será cobrada tratamento isonômico, continuou.
A soma total crescerá logo, visto que a atual ainda não conta com um impacto de aproximadamente R$ 1,2 bilhão que vem do pagamento de dois salários mínimos aos trabalhadores do RS com carteira assinada.
Na área econômica do governo, técnicos já atuam para filtrar as diferentes iniciativas de ajuda ao RS, que surgem de dentro do próprio poder executivo federal.