Câmbio

BC vendeu 4,62% das reservas em leilões à vista em dezembro

Comparativamente, essa liquidação foi menor apenas que as vendas realizadas pelo BC em abril e março de 1999 (9,66% e 5,62%) e setembro de 2002 (5,20%)

BC
BC/ Foto: Beto Nociti/Banco Central do Brasil

Após a realização de leilões à vista de dólares em dezembro, o BC (Banco Central) já liquidou 4,62% das suas reservas internacionais, sendo esta a quarta maior venda proporcional em um único mês da história do regime de câmbio flutuante.

Comparativamente, essa liquidação foi menor apenas que as vendas realizadas pelo BC em abril de 1999 (9,66%), março de 1999 (5,62%) e setembro de 2002 (5,20%).

O Brasil somou um valor entre US$ 34 bilhões e US$ 38 bilhões em reservas cambiais nesses meses, ante os US$ 363,003 bilhões alcançados em novembro deste ano, segundo a “CNN”.

Enquanto isso, a liquidação de dólares chegou a US$ 16,760 bilhões no mercado à vista desde o último dia 12, em termos nominais.

A intervenção de valores mais próximos dos alcançados em dezembro feita pelo BC nos últimos anos ocorreu em março de 2020, quando a autarquia vendeu US$ 12,054 bilhões no mercado à vista – 3,33% das reservas, à época de US$ 362,460 bilhões.

Campos Neto: transição com Galípolo mostra que BC técnico permanece

Na avaliação do atual presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, o processo de transição de comando na autarquia com o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Gabriel Galípolo, demonstra que a característica técnica da autoridade monetária permanece, afirmou nesta sexta-feira (20).

Além disso, Campos Neto também disse que a autonomia formal do BC foi um ganho e colocou a instituição à frente de pessoas, ideologias, governos e do tempo da política. 

O chefe do BC, cujo mandato chegará ao fim oficial em 31 de dezembro, esteve na live promovida pelo BC para balanço de sua gestão e despedida de seu comando na autarquia.

Defensor de que o status da autarquia avance para uma autonomia financeira, além da operacional, Campos Neto avaliou que a evolução dessa discussão não está concluída, de acordo com a “Reuters”.

A partir do final de semana o presidente do BC estará de férias e será substituído interinamente até o final do ano pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que toma posse em 1º de janeiro.