As autoridades monetárias do Banco Central Europeu (BCE) revelaram que irão ajustar o “forward guidance” (ferramenta usada para exercer seu poder na política monetária) em relação a sua nova meta de inflação simétrica de 2%, algo já esperado pelo mercado. As informações foram obtidas através da ata da última reunião, que ocorreu em 21 e 22 de julho, mas foi divulgada apenas nesta quinta-feira (26).
Após a reunião do mês passado, os membros haviam decidido manter as taxas referenciais de juros inalteradas. A taxa de depósitos continuou em -0,50%, a de refinanciamento em 0% e a de empréstimos, +0,25%. Além disso, o programa de compras de ativos também permaneceu.
Segundo o comunicado, o Conselho da instituição disse aguardar que “os níveis atuais ou inferiores das taxas de juros sejam mantidos até que vislumbrem a inflação em 2% antes do do seu horizonte de projeção e de forma duradoura”.
O texto ainda frisou que, neste momento, isso “pode implicar em um período transitório em que a inflação fique moderadamente acima da meta.”
O esperado, de acordo com o documento, é de que a inflação seja elevada nos próximos meses mas reduza no ano que vem, pois é preciso de tempo para que a atividade econômica volte aos níveis pré-pandemia. A projeção para a inflação a longa prazo aumentou, saindo de 1,7% para 1,8%, abaixo da meta de 2%.
Caso a situação da pandemia continue demonstrando melhoras na Europa, com diminuição do avanço da variante Delta, as autoridades preveem uma expansão econômica mais veloz do que a que se tem atualmente. Por isso, as tensões com uma sequência de falências no setor cooperativo parece estar enfraquecendo frente as boas perspectivas.
“De modo geral, eles agora apontavam [na reunião] para um resultado um pouco mais forte para a atividade econômica no segundo trimestre, enquanto o crescimento no terceiro trimestre pode ficar aquém do valor ambicioso contido nas projeções de junho”, destaca trecho da ata.