BCE terá que agir caso energia siga em alta

Nos últimos meses a inflação atingiu mais do que o dobro da meta do BCE, chegando a um recorde de 5%.

O membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, disse neste sábado (8) que o aumento dos preços de energia podem obrigar a instituição a parar de “olhar através” da alta inflação e atuar para controlar o avanço dos preços, principalmente se a transição verde se provar inflacionária.

Nos últimos meses a inflação atingiu mais do que o dobro da meta do BCE, chegando a um recorde de 5%. Porém, o banco não apertou a política até agora, confiante de que o crescimento dos preços diminuirá por conta própria já que fatores pontuais transitórios são as principais razões para a alta da inflação.

“A transição verde apresenta riscos de alta para a inflação de médio prazo”, afirmou Schnabel. “O aumento dos preços da energia pode exigir o afastamento de uma política de ‘análise’.”

Segundo ele, existem dois cenários em que o BCE terá que mudar de política.

O primeiro deles aconteceria caso os elevados preços da energia afetassem outros setores da economia e modificassem o comportamento de fixação de preços.

“Até agora, no entanto, não há sinais de efeitos secundários mais amplos”, argumentou Schnabel. “O crescimento dos salários e as demandas dos sindicatos permanecem relativamente moderados.”

Já o segundo cenário é referente a trajetória dos preços da energia, que fortemente impactada pelos impostos sobre o carbono e pela transição verde, pode ameaçar empurrar a inflação acima da meta.