Economia

Black Friday: expectativas são grandes com e-commerce em destaque

Aposta é de que o comércio eletrônico se destaque em 2023

A maior aposta do setor varejista para que a Black Friday deste ano supere as vendas da edição de 2022, a pior campanha dos últimos anos, é o comércio eletrônico.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) projeta alta de 17% em relação à Black Friday do ano passado, enquanto a Neotrust estima alta de 12,6%. Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) trabalha com crescimento de 4,3% nas vendas, em tom bem mais cauteloso.

A expectativa é de que o comércio eletrônico se destaque. Os negócios on-line avançaram 9% em outubro, ante 1% em setembro. Os dados desconsideram o tráfego da Americanas (AMER3), em recuperação judicial. Já o número de downloads, que também tinha crescido 1% em setembro, foi de 13% no mês seguinte.

O relatório publicado pelo Citi nesta quarta-feira (22), diz que a Shein tem intenção de compra de 19%, seguida por Amazon (18%) e Mercado Livre (16%). Levantamento da NielsenIQ também identificou o destaque das plataformas de e-commerce. A Amazon foi citada por 33% dos consumidores, seguida por Magazine Luiza (16%) e Mercado Livre (12%).

O Citi aponta ainda um forte tráfego no segmento de farmácias, com alta de 20% e outubro em relação a setembro. O principal destaque foram as empresas do Grupo RaiaDrogasil, que cresceram 29%, seguidas por alta de 7% da Drogaria São Paulo e de 4% da Ultrafarma. O levantamento da NielsenIQ havia apontado que 40% dos usuários de aplicativos de delivery pretendem fazer compras de farmácia, com busca por medicamentos sem prescrição e produtos de higiene pessoal.

Já entre as pequenas e médias empresas (PME) no comércio eletrônico, o principal objetivo é de aumentar o faturamento na campanha deste ano, segundo pesquisa realizada pela plataforma de vendas Olist.

Cerca de 63,3% dos lojistas pretendem vender na Black Friday, sendo que 55,3% destes apontaram como prioridade aumentar o faturamento no período. Outros 16,9% pretendem aumentar o número de pedidos, enquanto 16,2% têm o objetivo de girar o estoque.

Com informações do “Valor”.

Menos inflação

A desaceleração da inflação é um dos fatores que devem impulsionar as vendas, segundo a CNC. No ano passado, de acordo com a pesquisa, os preços livres da economia acumulavam alta de 9,7%. Este ano, a variação é de 3%.

A valorização de 7,5% do real ante o dólar é outro fator positivo, pois contribuiu para estratégias mais agressivas de preços por parte dos varejistas.

Os cortes recentes na taxa básica de juros por parte do Banco Central que favorecem o crédito, representam outro motivador para as compras, principalmente de bens duráveis – geladeira, televisão e celular.

“O início da flexibilização da política monetária a partir de agosto tende a distensionar o mercado de crédito em um evento caracterizado por um volume de vendas relativamente maior de bens duráveis – tradicionalmente mais dependentes das condições de crédito”, argumenta o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo levantamento.