Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) esclareceu que irá apoiar o ajuste fiscal que os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet estão elaborando.
Além disso, o chefe do BNDES afirmou que é papel dos movimentos sociais criticarem o corte de despesas do governo e que é bom ter um contraponto às pressões do mercado financeiro.
“Tenho total compromisso com o esforço do governo para o arcabouço fiscal. Ainda não está definido, mas na hora que sair o pacote de ajuste, vou defendê-lo”, disse Mercadante durante coletiva sobre os resultados da instituição.
“Confio que a equipe econômica, com o presidente Lula coordenando, vai ter decisão sábia”, acrescentou.
Quanto às críticas do PT (Partido dos Trabalhadores) e outras siglas políticas de esquerda aos cortes de gastos, ele afirmou que “o partido do governo tem de sustentar o governo em qualquer cenário, tem que acompanhar as decisões”.
“Às vezes o PT é um partido tão complexo que não precisa nem de oposição, ele cumpre todos papéis”, completou o presidente do BNDES.
O banco, segundo Mercadante, está fazendo um esforço muito grande para ajudar no resultado fiscal. Um dos movimentos nesse sentido será o pagamento de R$ 25 bilhões em dividendos, o que dá quase 125% do lucro do ano passado, segundo o “Valor”.
“Esse patamar de dividendos não é sustentável, estamos fazendo um esforço extraordinário este ano para ajudar o arcabouço fiscal”, disse Mercadante.
O crescimento das despesas obrigatórias precisa de uma trajetória sustentável, reforçou o executivo, já que a expansão dessas linhas acaba comprimindo o espaço para investimentos. “É o investimento que está liderando o crescimento da economia, desafio é sustentar isso”, disse Mercadante.
BNDES lucra R$ 19 bi até setembro de 2024, alta anual de 31,4%
De janeiro a setembro deste ano, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) teve lucro líquido de R$ 19 bilhões, valor 31,4% superior ao resultado positivo de um ano antes, informou a instituição nesta segunda-feira (11).
Além disso, outro avanço de 48,5% foi reportado pelo BNDES na base anual do lucro líquido recorrente, que alcançou R$ 9,8 bilhões nos 9 primeiros meses de 2024.
Já as consultas para financiamentos somaram em 9 meses R$ 258,9 bilhões, outro aumento de 30% comparado ao mesmo período de 2023. Os desembolsos subiram 15%, para R$ 87 bilhões.
“O banco hoje já é o dobro do tamanho do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e com muito menos funcionários”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, de acordo com a “Reuters”.
“Estamos tendo 19 bilhões de lucro, mas mandando 25 bilhões em dividendos ao Tesouro. É um esforço muito grande para contribuir com o superávit, com equilíbrio orçamentário e redução do endividamento. Estamos engajados na causa”, acrescentou.