Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), defendeu que o Congresso Nacional aprove dois PL (Projetos de Lei) que visam fortalecer a nova política industrial do governo Lula.
O primeiro projeto (PL 6235/23) é para a criação de um novo título de investimentos: o LCD (Letras de Crédito de Desenvolvimento). A modalidade seria para pessoas físicas e jurídicas, com objetivo de elevar a capacidade de financiamento dos bancos como o BNDES e outras instituições de desenvolvimento.
Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, disse que essa mudança pode melhorar a dinâmica do BNDES dentro do Brasil e com o mercado.
“Isso é totalmente saudável, porque o mercado avalia se o banco está saudável ou não. Nada melhor do que o mercado para dizer isso com os títulos, se vai comprar mais ou se vai comprar menos”, avaliou Gala.
Mercadante também defende o PL 5719/23, que intui oferecer mais segurança jurídica ao financiamento das exportações de bens e serviços pelo BNDES, de acordo com a “CNN Brasil”.
O projeto quer viabilizar a retomada do crédito para obras de construtoras brasileiras nos países estrangeiros, que foram interrompidas desde 2017.
“Para fortalecer ainda mais essa estratégia [de ocupar espaços estratégicos e aumentar a competitividade da indústria brasileira], é importante que o Congresso aprove a emissão de Letras de Crédito do Desenvolvimento, que poderão fortalecer em R$ 10 bilhões o funding do BNDES para impulsionar investimentos no país”, declarou Mercadante, à Agência Gov.
“Outra pauta fundamental é a aprovação do projeto de lei, construído em diálogo com a OCDE e com o TCU, que dá segurança jurídica e transparência para o BNDES retomar o financiamento à exportação de serviços”, completou ele.
BNDES: cooperativas de crédito atingem recorde de repasses
As cooperativas de crédito ampliaram a participação como agentes repassadores de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), atingindo recorde em 2023.
No ano passado, três dos cinco maiores repassadores de linhas e programas do BNDES foram cooperativas de crédito.
O Sicredi, que reúne 104 cooperativas de todos os Estados do país, foi o maior deles, com aprovações que somaram quase R$ 10 bilhões.
As fatias das cooperativas representaram 13,6% dos R$ 174,5 bilhões aprovados para todas as operações de crédito do banco – diretas e indiretas – no ano passado. Dez anos antes, em 2013, as cooperativas representaram apenas 1% dos R$ 239,6 bilhões em aprovação.