Pós 'superquarta'

BofA vê fim das altas na Selic e juros altos até dezembro

O BofA analisou que a a incerteza em relação à desaceleração global “se soma à falta de clareza quanto às condições domésticas”

Foto: Freepik / Real
Foto: Freepik / Real

Passa a superquarta, com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) em elevar a Selic (taxa básica de juros) para 14,75% ao ano, o BofA (Bank Of America) acredita que esta foi a última elevação do atual ciclo de alta da taxa de referência. 

“O Comitê não deu nenhuma pista sobre seu próximo movimento. Embora a decisão seja apertada, continuamos acreditando que o ciclo de alta chegou ao fim”, disse o BofA em relatório divulgado ao mercado nesta quarta-feira (8).

“Abandonar o tom de dependência dos dados permite ao Comitê avaliar melhor os efeitos defasados e cumulativos do aperto monetário”, completou.

Além disso, o banco norte-americano analisou que a a incerteza em relação à desaceleração global “se soma à falta de clareza quanto às condições domésticas”.

Paralelamente, também “há pouco sentido em esperar mais uma reunião antes de interromper as altas, e qualquer aumento adicional seria apenas um ajuste fino na taxa de juros”, de acordo com o BofA.

Para o banco, o Copom manterá o nível atual dos juros até dezembro, quando deverá começar um ciclo de afrouxamento.

BofA: pessimismo sobre a economia é o maior em 30 anos

O sentimento dos investidores em relação às perspectivas econômicas é o mais negativo em três décadas. Contudo, o pessimismo dos gestores de fundos não está totalmente refletido em sua alocação de ativos — o que pode representar mais perdas para as ações dos EUA. A avaliação é do BofA (Bank of America).

Segundo a pesquisa mensal do BofA, 82% dos entrevistados esperam que a economia global enfraqueça. Com isso, um número recorde pretende reduzir a exposição a ações dos EUA.

“Os gestores de fundos estão extremamente pessimistas em relação ao macro, mas não exatamente tão pessimistas em relação ao mercado”, escreveram os estrategistas liderados por Michael Hartnett, conforme informou o InfoMoney. Segundo eles, o “pico do medo” ainda não se reflete nas alocações em caixa, que no momento respondem por 4,8% dos ativos — um nível que, normalmente, precisaria subir para 6% em períodos de aversão ao risco.

A elevada incerteza em relação à política comercial dos EUA e o aumento da volatilidade do mercado financeiro têm incomodado os investidores em ações. A classe está com 36% de posição “underweight” em ações dos EUA em abril, uma queda em relação ao “overweight” de 17% registrado em fevereiro — a maior contração de dois meses já observada.