A expectativa de inflação para 2022 e 2023 continua sendo reduzida pelo mercado financeiro, segundo dados do Boletim Focus, divulgados nesta segunda-feira (29), pelo Banco Central.
Foi a nona queda consecutiva para o IPCA deste ano no Boletim Focus, em meio à redução do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, e a segunda para 2023.
A expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano caiu de 6,82% para 6,70% em uma semana (há um mês era de 7,15%). Já a do próximo caiu 5,33% para 5,30% (há quatro semanas era de 5,33%). Para 2024 e 2025, as projeções se mantiveram em 3,41% e 3,00%.
Já o PIB (Produto Interno Bruto) de 2022 segue sendo revisado para cima, enquanto o do próximo ano é reduzido. A estimativa de crescimento da economia para 2022 subiu de 2,02% para 2,10% (há um mês era de 1,97%). Para 2023, caiu de 0,39% para 0,37% (há quatro semanas era de 0,40%).
O mercado manteve as estimativas para a Selic e o dólar dos próximos anos. No caso da taxa de juros, as previsões são de 13,75% no fim de 2022, 11% no de 2023, 8,00% no de 2024 e 7,50% no de 2025 (em linha com as projeções do BC).
Para o câmbio, manteve as projeções para dezembro deste e dos próximos três anos em US$ 1 = R$ 5,20, R$ 5,20, R$ 5,10 e R$ 5,17, respectivamente.
Boletim Focus aponta inflação fora da meta
Apesar das revisões para baixo das projeções de inflação deste e do próximo ano (6,70% e 5,30%), elas ainda estão muito acima da meta do Banco Central, que é de 3,5% e 3,25%, respectivamente.
Com a tolerância de 1,5 ponto percentual, a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2% a 5% em 2022 e entre 1,75% e 4,75% em 2023.
Caso o cenário atual não mude, a meta da autoridade monetária será descumprida por três anos consecutivos (em 2021, o índice oficial de inflação do Brasil fechou o ano em 10,06%).
A expectativa do mercado para o IPCA deste ano (6,70%), segundo o Boletim Focus, agora está abaixo da projeção autoridade monetária (6,80%), mas continua bastante distante do cenário do BC tanto para 2023 quanto para 2024 (o mercado prevê 5,30% e 3,41%, contra 4,6% e 2,7% da instituição).