SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa de Valores brasileira iniciou a sessão desta sexta-feira (3) ainda embalada pelo otimismo gerado na véspera com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios pelo Senado.
O mercado financeiro avalia a PEC como alternativa para que o Orçamento de 2022 comporte o Auxílio Brasil, tornando o cenário fiscal para o próximo ano menos imprevisível.
Às 10h35, o Ibovespa subia 1,51%, a 106.048 pontos, a máxima do dia até o momento. O dólar recuava 0,63%, a R$ 5,62, e os juros dos contratos DI para 2023 cediam 0,24 ponto percentual, a 11,34% ao ano.
O índice de referência para o mercado de ações do país saltou 3,66% nesta quinta-feira (2), movimento estimulado principalmente pela PEC dos Precatórios, mas que também acompanhou uma forte recuperação dos mercados dos Estados Unidos um dia após a liquidação gerada pela notícia da chegada ao país de um paciente infectado com a variante ômicron.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, avalia que os ativos locais ainda devem subir com a nova precificação desencadeada pela aprovação da PEC, mas alerta que a divulgação de um “payroll forte” nos Estados Unidos pode gerar uma alta nos juros futuros americanos e prejudicar os mercados de risco.
O relatório conhecido como payroll (folha de pagamento) é utilizado pelo governo americano para avaliar o nível de emprego nas atividades urbanas.
Uma retomada muito forte do emprego pode indicar aos investidores que a já elevada inflação poderá ganhar mais fôlego, obrigando o governo a antecipar a alta dos juros.
Esse movimento tende a levar investidores a buscar ganhos seguros nos títulos do Tesouro americano e a diminuir aplicações em bolsas, principalmente nas mais arriscadas, como é o caso da brasileira.
Na última terça-feira, receios sobre a nova variante do coronavírus e incertezas quanto à inflação americana, além de um cenário fiscal doméstico ainda incerto, levaram o Ibovespa a ficar perto de cair abaixo dos 100 mil pontos, algo que não acontece desde novembro de 2020.
No mercado de petróleo, o barril do Brent subia 2,84%, a US$ 71,65 (R$ 406,66).