SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O mercado de ações brasileiro realizou ajustes nesta segunda-feira (13), o que permitiu que a Bolsa se recuperasse parcialmente da saída de investidores ocorrida na semana passada diante da tensão gerada pelas manifestações de raiz golpista promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em um dia de relativa calmaria no noticiário político do país, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 1,85%%, a 116.403 pontos.
Essa revisão das projeções para a Selic já era esperado pelo mercado e teve seu impacto amortecido pela avaliação de investidores de que o tensionamento político após as manifestações bolsonaristas resultou em vendas de ações abaixo do valor real, segundo economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sachez.
Na semana passada, o Ibovespa acumulou queda de 2,26%, enquanto o dólar subiu 1,58%.
O dólar caiu 0,83% nesta segunda, cotado a R$ 5,2230, também refletindo o clima de alívio do mercado doméstico, de acordo com Zeller Bernardino, especialista em câmbio da Valor Investimentos.
?Depois de ser muito pressionado pelas manifestações de 7 de setembro, o dólar abriu a semana em queda, com investidores aliviados com a diminuição nas tensões políticas?, diz Bernardino.
Entre os diversos fatores positivos no exterior, as ações na Argentina avançaram depois que as eleições primárias indicaram que a oposição conservadora pode vencer as eleições de meio de mandato em novembro. O índice Merval, principal da Bolsa da Argentina, avançou 5,50%.
?A Bolsa brasileira é marginalmente beneficiada pelo desempenho argentino porque investidores compram índices de países emergentes, compostos também pelo Ibovespa?, comenta Zogbi.
Em Wall Strett, Dow Jones e S&P 500 fecharam com altas de 0,76% e 0,23%, respectivamente, enquanto Nasdaq encerrou com ligeira queda de 0,07%.
O petróleo Brent, referência mundial, subiu 1,06%, a 73,69 dólares (R$ 384,58).
A valorização da commodity colaborou que ações da Petrobras (PTR4) fechassem esta segunda com valorização de 3,51%, também exercendo impacto positivo sobre a Bolsa brasileira.