Bolsa cai 0,12% com agenda de balanços e reforma tributária

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de um dia volátil, a Bolsa de Valores brasileira encerrou praticamente estável nesta quarta-feira (11). O Ibovespa, principal índice acionário do país teve queda de 0,11% aos 122.056 pontos. O dia foi marcado por balanços corporativos, e a atenção dos investidores seguiu voltada para os desdobramentos da reforma tributária.
Dentre as ações que compõem o índice, a maior queda veio de Qualicorp, que caiu 15,57% depois de a companhia ter divulgado uma queda no lucro do segundo trimestre, refletindo maiores despesas financeiras e um aumento nas campanhas de venda.
As principais altas do Ibovespa ficaram com os papéis do setor financeiro ?que refletem tanto os bons resultados do segmento no segundo trimestre divulgados na semana passada como o avanço das ações de bancos no exterior? e as ações da Petrobras, que subiram 1,66% (preferenciais, sem direito a voto) e 1,94% (ordinárias, com direito a voto), na esteira do avanço dos preços do petróleo.
No exterior, os índices Dow Jones e S&P 500 refletiram os dados de inflação nos Estados Unidos e fecharam em máximas recordes. O avanço dos índices foi de 0,62% e 0,25%, respectivamente. Setores ligados ao crescimento econômico também avançaram, na esteira da aprovação de um pacote de infraestrutura pelo Senado americano.
Nesta quarta (11), o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% no mês passado, após alta de 0,9% em junho, maior queda em comparação mensal em 15 meses, aliviando preocupações com o potencial de uma inflação em escalada no país.
“Sem dúvida o pacote de infraestrutura do Biden [presidente dos Estados Unidos] já vem sendo precificado pelo mercado, principalmente pelo setor de commodities, porque é um investimento forte que deve apoiar um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] em 2022 ao redor de 5,5%. Mas o que pegou mesmo foi o dado de inflação ao consumidor”, disse a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
“Vimos que [esses dados] tiveram repercussão relevante nos juros dos treasuries [títulos do Tesouro americano], beneficiando a desvalorização do dólar [no exterior]. Em contrapartida tivemos uma reação mais positiva do mercado acionário, já que ter argumentos para a manutenção de uma política monetária acomodatícia, é bom para os ativos que são considerados mais arriscados”, completou a economista.
O movimento de desvalorização do dólar visto no exterior, porém, não refletiu no mercado brasileiro. Por aqui, a moeda americana encerrou com alta de 0,46% ante o real, a R$ 5,2200. Segundo Abdelmalack, os principais motivos para a diferença na leitura são as preocupações do ponto de vista político e fiscal.
“Temos uma articulação na Câmara para barrar a votação [da reforma] do Imposto de Renda e toda essa expectativa em torno das negociações trazem entraves para os negócios. Também vale lembrar que temos um mês complicado, porque temos até 31 de agosto para o envio do projeto de lei orçamentária. Então todo o assunto voltado para as contas públicas não deve sair do radar dos investidores tão cedo”, disse a economista.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile