SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa de Valores brasileira fechou em queda de 2,11%, a 106.419 pontos, nesta terça-feira (26), dia em que o viés de baixa do mercado doméstico foi reforçado pela pressão inflacionária e a expectativa sobre a consequente elevação mais rápida da taxa de juros do país.
O dólar subiu 0,34%, a R$ 5,5730, ainda refletindo as incertezas do mercado quanto ao cenário fiscal para 2022, situação agravada na semana passada com a decisão do governo de driblar o teto de gastos no ano eleitoral.
A prévia da inflação oficial avançou 1,20%, a maior para o mês desde 1995 (1,34%), segundo o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), divulgado nesta terça pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado ficou acima das projeções do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 1% em outubro.
Com o resultado, o índice atingiu 10,34% no acumulado de 12 meses. No acumulado até setembro, o IPCA-15 já estava em 10,05%.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deverá elevar nesta quarta-feira (27) a taxa básica de juros da economia para níveis acima dos previstos inicialmente pelo mercado.
Em evento da Anbima (associação de entidades do mercado financeiro) nesta terça, os economistas Carlos Kawall, da Asa Investments, e Rodrigo Azevedo, da Ibiuna, disseram que, com a aceleração da prévia da inflação e os ruídos no cenário político, já não descartam mais uma elevação de dois pontos percentuais para a Selic.
Até o início da semana passada, antes da revelação da intenção do governo de furar o teto de gastos, a aposta do mercado era para uma alta de um ponto na taxa de juros.
O petróleo Brent, referência mundial, subiu 0,41%, a US$ 86,34 (R$ 481,72).
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq se valorizaram em 0,04%, 0,18% e 0,06%, respectivamente.