SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa de Valores brasileira caiu 2,09% nesta sexta-feira (29), encerrando o mês com 103.500 pontos. É o pior fechamento mensal desde novembro de 2020. Outubro também acumula uma baixa de 6,74%, refletindo o nervosismo do mercado com o aumento do risco fiscal. Em 2021, as perdas chegaram a 13,04%.
A percepção do mercado sobre o desequilíbrio nos gastos públicos piorou significativamente na semana passada, quando o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) revelou sua intenção de furar o teto de gastos para ampliar o novo Bolsa Família, o Auxílio Brasil, no ano eleitoral de 2022.
O dólar subiu 0,28% nesta sexta, a R$ 5,6420. No mês, a moeda americana alcançou uma valorização de 3,72% em relação ao real.
No pregão desta sexta, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, foi puxado para baixo pelo desempenho ruim da Petrobras e dos setores de mineração e metalurgia.
As ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) afundaram 5,90% e 6,49%, respectivamente, apesar do lucro de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre de 2021 e da decisão de dobrar o valor dos dividendos distribuídos aos seus acionistas anunciados pela companhia na véspera.
O lucro da estatal foi alvo de críticas de Bolsonaro na véspera. Sofrendo impactos do aumento de preços dos combustíveis em sua popularidade, o presidente disse que a estatal “tem que ser uma empresa que dê um lucro não muito alto como tem dado. Porque além de lucro alto para acionistas, a Petrobras está pagando dívidas bilionárias de assaltos que ocorreram há pouco tempo na empresa”, declarou o mandatário, durante transmissão nas redes sociais.
Analistas disseram que as declarações de Bolsonaro elevaram o temor de investidores sobre uma intervenção do governo na política de preços da companhia, sobretudo em um cenário de dólar e petróleo em alta.
O petróleo Brent, referência para esse mercado, subiu 0,06% nesta sexta, a US$ 84,37 (R$ 476,04).
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,25%, 0,19% e 0,33%, respectivamente.