BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, busca um novo nome para comandar o posto de articulação política da pasta, depois de o presidente Jair Bolsonaro ter vetado o nome do ex-deputado Alexandre Baldy (PP-GO) para a vaga.
Baldy é aliado do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e seu ingresso no Ministério da Economia significaria um reforço na ponte com o Congresso Nacional. Seu nome foi indicado por líderes da legenda, mas não teve o respaldo do presidente.
Ex-ministro das Cidades durante o governo Michel Temer, Baldy foi secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo até outubro no governo João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro.
Os planos eleitorais de Baldy também desagradam aliados do presidente. Baldy quer concorrer ao Senado no próximo ano e avalia se alinhar à chapa do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). O ex-ministro já foi deputado federal e atualmente controla o PP em Goiás.
O nome de Baldy era visto como adequado para o cargo por causa do perfil político dele. Mas, no fim de semana, a indicação foi barrada. Nos bastidores do governo, há críticas pelo temor de o ex-deputado usar o posto para voltar aos holofotes e ganhar musculatura para concorrer nas eleições.
Segundo um integrante da equipe econômica, a indicação de um novo chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia ainda está “sob exame”. Apesar do veto de Bolsonaro, lideranças do PP ainda insistem na indicação.
A indicação de um político para o posto da Economia poderia deixar o “triângulo do Orçamento” nas mãos do Centrão. Hoje, as discussões orçamentárias passam pela Casa Civil, chefiada por Ciro Nogueira, pela Secretaria de Governo, comandada pela ministra Flávia Arruda (PL), e pela Economia, onde são formuladas as peças orçamentárias e as propostas de abertura de novos créditos.
Embora a formatação técnica desses documentos fique a cargo da Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento, a Assessoria Especial de Relações Institucionais tem um papel importante na discussão desses projetos com o Congresso Nacional, daí sua posição de influência.
Um integrante do partido quer tentar reduzir as críticas a Baldy no Palácio do Planalto.
O ex-secretário de Doria chegou a pedir afastamento após ser preso pela Polícia Federal sob a acusação, que ele nega, de envolvimento em esquemas na área da saúde em anos anteriores, sem relação com a sua passagem pelo governo paulista.
Líderes do PP avaliam que o perfil político dele destravaria pautas de interesse do Ministério da Economia que dependem de aprovação no Congresso.
A vaga de articulador político do Ministério da Economia faz parte de uma reestruturação na pasta que está sendo elaborada por Guedes. O ministro pretende trocar o comando da Receita Federal e da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade