
Em setembro, no primeiro mês em que o tarifaço imposto pelo governo norte-americano vigorou durante os 30 dias, o Brasil bateu recorde no valor exportado ao exterior.
Apesar da queda de 20,3% em relação ao mesmo período do ano passado, o Brasil alcançou o total de US$ 30,531 bilhões em exportações neste mês de setembro.
Descontando as importações registradas no mês passado, de US$ 27,541 bilhões, o saldo na balança comercial brasileira foi de US$ 2,99 bilhões.
O resultado foi apresentado nesta segunda-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio dos números da balança comercial de setembro/2025.
O levantamento do MDIC revelou que o tarifaço de 50% aplicado aos produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump levou as exportações do Brasil aos Estados Unidos caírem 18,5% em setembro.
Por outro lado, os números da balança comercial mostram que, se caiu o volume exportado para os EUA, o Brasil viu o crescimento de suas vendas para outros mercados e parceiros comerciais.
Para a Ásia, por exemplo, houve aumento de 14,9% ou US$ 1,1 bilhões para a China; 133,1% ou US$ 0,5 bilhões nas embarcações para Singapura; de 124,1% ou US$ 0,4 bilhões para a Índia; 80,6% ou US$ 0,1 bilhões para Bangladesh; 60,4% ou US$ 0,1 bilhões para a Filipinas.
Brasil amplia negócios com América do Sul
Também foi registrado crescimento nas vendas de produtos brasileiros para os países da América do Sul.
Nos negócios com os parceiros sulamericanos, as exportações brasileiras tiveram alta de 29,3% e somente com a Argentina houve aumento de 24,9% nas compras do país governado por Javier Milei. Já para a União Europeia, o crescimento de exportações foi de 2%.
No mês de setembro, as importações tiveram um aumento de 17,7% em relação a 2024, impulsionado basicamente por um item específico: um crescimento extraordinário de 14.669,5% em “Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes”.
O total passou de US$ 16 milhões em setembro de 2024 para US$ 2,375 bilhões no mesmo mês de 2025. O motivo foi a compra de uma plataforma de petróleo de Singapura por uma empresa que opera no Brasil.
Em fevereiro, o dado de importações já havia sido impactado por uma movimentação parecida, quando a compra de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 2,7 bilhões acabou por levar a balança comercial do mês a registrar um valor negativo.
Neste mês, com o valor recorde de exportações, o resultado da balança comercial conseguiu se manter positivo. De janeiro a setembro, o país acumula saldo positivo de US$ 45,5 bilhões, uma queda de 22,5% em comparação com o mesmo período de 2024.
No mês passado, o primeiro já sob o efeito da elevação das tarifas para entrada dos produtos nos EUA, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,133 bilhões.
O resultado de agosto havia representado um salto de 35,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de US$ 4,5 bilhões.
Confira o que mais foi exportado e importado
As vendas para fora do país foram puxadas principalmente pelo agronegócio e pela mineração. Os destaques foram:
Soja, com aumento de 20%;
Milho, com alta de 22%;
Café, com avanço de 11%;
Petróleo bruto, que cresceu 17%;
Carne bovina, com salto de mais de 50%.
A indústria também teve um leve crescimento nas exportações, com alta de 2,5%.
Já no grupo do que foi mais importado, as compras do exterior aumentaram principalmente no setor industrial. O país importou mais máquinas, equipamentos e plataformas de petróleo. A importação de embarcações cresceu de forma expressiva, e também houve aumento nas compras de soja e milho.