Por conta do forte mercado de trabalho e da convergência da inflação para a meta do BC (Banco Central), a ONU (Organização das Nações Unidas) melhorou a previsão de crescimento do Brasil para 2024.
No entanto, foi reduzida a previsão de crescimento para 2025 devido a desafios captados no radar para o cenário internacional, com possível desaceleração das economias de China e EUA.
O relatório Situação e Prospectos da Economia Mundial 2025, elaborado pela ONU e divulgado nesta quinta-feira (9), mostrou que, em 2024, a economia do Brasil deverá crescer 3% e desacelerar em 2025 para 2,3%.
O baixo desemprego no ano passado é o que sustenta a melhora das previsões do Brasil, visto que chegou ao menor patamar em uma década em outubro, com uma taxa de 6,2% devido à “atividade econômica resiliente”, afirmou a ONU.
Além disso, a entidade também exaltou a convergência da inflação brasileira para dentro da meta do BC, citando como um motivo de estímulo à melhora na previsão de crescimento.
“Em 2025, o dinamismo econômico [da América Latina e Caribe] provavelmente será impulsionado pelo crescimento resiliente do Brasil, bem como pela recuperação gradual da Argentina após uma recessão prolongada”, disse a ONU no relatório.
Apesar disso, ainda há riscos significativos que podem comprometer essas perspectivas, como um cenário externo de desaceleração mais acentuada na China e nos EUA, que poderia impactar negativamente as exportações, as remessas e os fluxos de capital.
Brasil bate recorde nas transações de M&A em 2024
Um estudo da Kroll revela que, em 2024, o Brasil registrou 1.426 transações de fusões e aquisições, um crescimento modesto de 1,86% em relação ao ano anterior, indicando um mercado relativamente estagnado.
Apesar de muitas discussões sobre o baixo valor das empresas brasileiras em dólar, 82,3% das operações foram realizadas por investidores locais, enquanto os estrangeiros participaram com apenas 17,7% dos negócios, uma queda significativa em comparação com anos anteriores, quando o mercado internacional representava até 35% do total.
Perfil dos investidores e setores em destaque
Os investidores estratégicos seguiram sendo os mais ativos, respondendo por 63,5% das transações.
O setor de Tecnologia liderou o número de operações, com 15,5% do total, seguido pela área financeira, que contribuiu com 12,5%. Em 2024, não houve IPOs, e apenas 10 Follow-Ons foram registrados.
O valor total movimentado no mercado foi de aproximadamente R$ 26 bilhões, sendo que a venda da Sabesp representou 56% desse montante. Esse volume corresponde a 63% da atividade de M&A em toda a América Latina.
Nos EUA, o número de transações caiu 20% em relação a 2023, com 13.000 operações, uma redução atribuída ao efeito pré-eleições, mas com expectativas positivas para 2025.
No Brasil, os fundos de Private Equity precisaram adotar uma postura mais cautelosa, especialmente devido às elevadas taxas de juros.
Para os próximos anos, 2025 e 2026 devem trazer grandes desafios para esses investidores, em razão das incertezas políticas e econômicas no país.