(Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
Vista da hidrelétrica de Itaipu Binacional, a hidrelétrica foi criada em 26 de abril de 1973 e regida em igualdade entre Brasil e Paraguai. A usina está localizada no Rio Paraná, no trecho de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, 14 km ao Norte da Ponte da Amizade, nos municípios de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Hernandarias, no Paraguai. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Brasil e Paraguai voltam à mesa de negociações na primeira quinzena de dezembro para revisar o Anexo C e as condições financeiras de comercialização de energia da usina hidrelétrica binacional de Itaipu.

O anúncio foi feito após encontro entre os chanceleres Mauro Vieira e Ramírez Lezcano nesta segunda-feira (17), encerrando uma crise diplomática onde haviam encerrado as conversas desde abril.

O Anexo C define as bases financeiras e as regras de comercialização das usinas. Vencido desde 2023 após a quitação total da dívida bilionária de construção, os países trabalham para estabelecer as regras dos próximos 50 anos de operação da usina.

O Tribunal de Contas da União já alertou que a indefinição tarifária pós-2026 criará incertezas para o setor elétrico brasileiro e pode impactar o planejamento das distribuidoras de energia.

Usina em nova fase

Os ministros se reuniram após um atrito relacionado a ações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no Paraguai, ocorridas entre junho de 2022 e março de 2023, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Com a apresentação de relatório confidencial e esclarecimentos formais, o lado paraguaio considerou o assunto encerrado e liberou a continuidade do diálogo bilateral.

O novo acordo em discussão prevê redução tarifária significativa a partir de 2027, com valores entre US$10 e US$12 por quilowatt, uma queda de aproximadamente 30% em relação aos patamares atuais.

Até 2026, a tarifa permanece em US$19,28 por quilowatt. A nova estrutura tarifária vai focar exclusivamente nos custos operacionais da usina, excluindo encargos da antiga dívida.

A expectativa é que com o retorno das negociações, os países desenvolvam uma nova harmonia e igualem seus interesses na gestão e na comercialização da energia de usina, que é um dos maiores empreendimentos binacionais, responsável por abastecer 8,6% do mercado brasileiro e 86,3% do paraguaio.