De acordo com os últimos dados divulgados pelo Banco Central (BC), 58.5% da renda das famílias está comprometida com alguma dívida. Este é o maior porcentual desde que o BC passou a acompanhar o dado, em 2005.
Segundo economistas, a turbulência no cenário econômico pode agravar por conta do quarto aumento consecutivo da taxa básica de juros (Selic), que se encontra no maior estreitamento monetário durante os últimos 18 anos. Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), as projeções são de que devem subir mais 1 ponto em setembro.
Com 58.5% da renda das famílias envolvidas com pelo menos uma dívida, significa dizer que, em um cenário que a cada R$ 100 que o brasileiro recebe, R$ 58,50 é direcionado para quitar ativos com débito em aberto.
O endividamento agravado e metade da renda da população comprometida com déficit, tem como consequência a escassez de consumo e por sua vez, será inevitável a estagnação da economia.
O aumento da Selic também torna os financiamentos mais custosos e afeta os investimentos da indústria, enfraquecendo a competitividade. A Selic alta aliada às perspectivas pouco animadoras para a atividade no país incentiva o direcionamento do dinheiro para títulos do governo e não para um investimento corporativo.