Brasil entrou em estagflação?

No Brasil, os preços de produtos continuam a aumentar, em decorrência da inflação, e, ao mesmo tempo, o custo de vida não acompanha o mesmo ritmo.

No Brasil, os preços de produtos continuam a aumentar, em decorrência da inflação, e, ao mesmo tempo, o custo de vida não acompanha o mesmo ritmo, causando uma desnivelação na economia. Esses dois fatores, que vem andando de mãos dadas no cenário atual do país, caracterizam o fenômeno econômico chamado estagflação.

Apesar da popularização atual, o termo foi criado em 1965, pelo político britânico Iain Macleod, que tinha a intenção de descrever o que considerava “o pior dos dois mundos: não só inflação de um lado ou estagnação do outro, mas ambas juntas”.

Este sintoma é reflexo de uma economia de pouco crescimento e muito desemprego, que atrapalha a coordenação dos governos e banco central, já que são eles os responsáveis por impulsionar o crescimento e manter os preços sob controle.

As políticas que procuram conter a inflação podem desacelerar o crescimento e gerar desemprego, enquanto medidas de incentivo ao desempenho econômico e geração de empregos, talvez acabem causando aumento de preços.

Causas da estagflação no Brasil

A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro, segundo últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento do dólar, que registrou um acúmulo na semana uma subida de 3,22% e atingiu o maior nível desde agosto deste ano com a cotação atingindo em R$ 5,70, pode culminar na elevação na próxima divulgação do IPCA.

Outro fator culminante é a inflação, que até então a expectativa era de 5,90%, sofreu um reajuste e subiu para 7,90%, de acordo com o último boletim publicado pelo Ministério da Economia.
A atividade econômica, por sua vez, calculada pelo Produto Interno Bruto (PIB), que pode servir para favorecer o cenário, ou não, apresentou uma elevação, divulgada pelo Banco Central (BC), que aponta que de 4,6%, o indicador de projeção de crescimento saltou para 4,7%.