SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Às vésperas da COP26, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, o Brasil está fora da mesa de negociação em questões ambientais, disse o cofundador da Natura, Pedro Passos, no 20º Fórum Empresarial Lide.
O evento, que acontece em formato híbrido nesta quinta (21) e sexta-feira (22), é promovido pelo Lide, grupo de empresários presidido pelo ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan.
A transição para uma economia de baixo carbono está para a atualidade o que a globalização foi para o final do século passado, defende Passos, com a diferença de que temos vantagem competitiva no setor de créditos de carbono.
“A gente pode, desta vez, não perder o bonde”, defende. “Da microinformática nós ficamos de fora, da globalização também, somos um país fechado. Será que nós vamos perder o bonde de uma área em que temos vantagem?”
Essa vantagem, diz, está na nossa matriz energética, predominantemente hídrica e com grande potencial de crescimento de fontes limpas. Diferentemente de outros países, a grande fonte de nossa emissão de carbono está em desmatamento, incêndio e agropecuária.
Por isso, a primeira medida a ser tomada, “gostem ou não”, diz, é zerar o desmatamento. “Nós vamos ter que mexer na nossa agropecuária, que é muito produtiva em muitos aspectos e muito atrasada em outros.”
Olhar para o meio ambiente, porém, não deve ser exclusividade do setor agrário. “Não vai ter empresa viva que não tenha ou o compromisso ou a prática de eliminar suas emissões de carbono”, afirma.