Brasil estima alta do algodão em 2022

Pressão por produção impede desenvolvimento ideal do plantio

O mercado do algodão passou por um fim de semana marcado por perdas consideráveis na produção da Índia e, apesar da recuperação na bolsa de NY nesta segunda-feira, os rumores são de que a oferta mundial pode sofrer cortes.  

 Essa mudança representa um aumento na demanda da produção em pluma, que no Brasil deve crescer 15,5% em 2021/22 se comparado com o ano anterior. Atualmente, alguns fatores interferem na produção nacional. No Mato Grosso, por exemplo, o levantamento realizado pelo Imea no mês passado pode mensurar os resultados nas lavouras da safra 20/21 no estado.   

A seca perdura e prejudica a produtividade em diversas regiões, criando um atraso na semeadura do algodão e interrompendo o ciclo de desenvolvimento das plantas. Levando esses fatores em questão, a Agência Safras divulgou que a produtividade estagnou em 277,68 kg/ha de algodão em caroço, um recuo de 0,49% em relação ao relatório passado e 9,46% comparado a safra de 2019/20.   

As regiões mais afetadas por conta do menor volume de chuva foram o sudeste e o médio-norte, apresentando um rendimento que despencou para menos de 269 kg/ha. 

“O Brasil vem ganhando cada vez mais destaque na cadeia de algodão, seja por produtividade, nível de tecnologia e qualidade da pluma. O algodão é um cultivo de difícil manejo que exige outro patamar de tecnologia.’’ contou Thomas Scott, Líder de Inseticidas da Corteva Agriscience. 

O mercado de algodão, que permanece em pico desde 2011, gerou um beneficiamento nos dois últimos anos na safra do Brasil que chegou a 77% no dia 28 outubro. A estimativa a longo prazo de SAFRAS & Mercado revela que no próximo ano a área deve ocupar 1,535 milhão de hectares, um aumento de 11,8% sobre o plantio de 1,373 milhão de 2020. 

O aumento da demanda impacta diretamente na produção e importação de inseticidas no Brasil. O país bateu seu recorde de compra de fertilizantes em 2021, isso porque o volume de compras spot é maior. Esse é um indicativo para que os produtores aumentem a área plantada de soja, milho e do algodão, que demandam um alto volume de adubos. As informações foram divulgadas pelo Boletim Logístico, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).