Brasil mantém posição entre os 10 maiores mercados globais de viagens corporativas

O Brasil deve movimentar US$ 30,4 bilhões em viagens corporativas em 2025 e seguirá entre os dez maiores mercados globais, segundo o Business Travel Index Outlook, levantamento da Global Business Travel Association (GBTA).

O valor mantém o país à frente de economias como Canadá, Austrália e Espanha no ranking mundial.

O destaque, no entanto, vem acompanhado de um alerta: o ritmo de expansão previsto para o setor brasileiro é de apenas 2% ao ano — um dos mais baixos entre os principais mercados avaliados.

O desempenho modesto reflete o peso dos custos operacionais e da inflação persistente, fatores que limitam a recuperação do setor após a pandemia. Entre as grandes economias, apenas os Países Baixos devem registrar retração, estimada em -1%.

Orçamentos sob pressão

O crescimento tímido mostra que as empresas brasileiras continuam cautelosas com os gastos.

Muitas organizações têm optado por racionalizar os deslocamentos e buscar estratégias para equilibrar a necessidade de encontros presenciais com o controle financeiro.

Bleisure em alta

Paralelamente aos números, o comportamento dos viajantes corporativos também vem mudando. Pesquisa da Paytrack indica que 44% dos profissionais já recusaram viagens que não ofereciam espaço para lazer, e 55% afirmam que combinar compromissos de trabalho com momentos de descanso melhora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Essa tendência, chamada de bleisure (business + leisure), já aparece em políticas de empresas, principalmente em setores como tecnologia e serviços.

A prática vem transformando a forma de organizar deslocamentos, com maior atenção a experiências culturais e turísticas que se somam à agenda de negócios.

Estratégias de gestão e oportunidades para o setor

Neste cenário, cresce a importância de soluções que permitam reduzir custos e oferecer flexibilidade. Pensar na contratação de pacotes de viagens voltados ao mercado corporativo, por exemplo, pode contribuir para diminuir despesas com hospedagem e transporte, além de abrir espaço para a incorporação de serviços que atendam ao perfil do trabalhador atual, cada vez mais atento à integração entre trabalho e lazer.

Com a pressão por eficiência financeira e a mudança nas preferências dos executivos, o setor de viagens corporativas no Brasil deve seguir em busca de equilíbrio. O desafio é manter relevância no cenário global, enquanto responde às novas demandas dos profissionais e enfrenta os obstáculos macroeconômicos que impactam diretamente o ritmo de crescimento.