O Brasil poderia se beneficiar das tarifas comerciais nos EUA por meio do aumento das exportações para a China, mas os impactos negativos viriam com uma elevação da inflação, como apontou o Morgan Stanley em relatório aos clientes e ao mercado sobre o tema.
O banco acredita que haverá um impacto limitado no crescimento da atividade econômica, mesmo com o potencial avanço das exportações. Os analistas da instituição destacam que, quando tarifas foram adotadas nos EUA em 2017, a China redirecionou suas importações do país norte-americano para o Brasil.
Isso, segundo especialistas, teria resultado em um acréscimo das vendas externas do Brasil para a China, passando de 19,6% do total das exportações em 2016 para 28% em 2018.
“Notavelmente, as exportações de soja do Brasil para a China (um dos principais itens exportados) aumentaram 12,8 bilhões de dólares entre 2016 e 2018, enquanto as exportações de soja dos EUA para a China caíram 11,1 bilhões de dólares no mesmo período”, disse o Morgan Stanley, que enxerga espaço adicional para a elevação das exportações de soja brasileiras. As informações foram divulgadas pelo “Investing”.
Como o Brasil e a América Latina podem reagir às retaliações de Trump
A partir de sábado (1º), produtos do México, Canadá e China estarão sujeitos a novas tarifas impostas pelos EUA, conforme anúncio do presidente Donald Trump.
As tarifas para o México e o Canadá serão de 25%, enquanto as importações da China terão uma taxa de 10%.
No entanto, o petróleo canadense terá uma taxa reduzida de 10%, com sua implementação prevista apenas para o dia 18 de fevereiro.
Trump também indicou que pretende aplicar tarifas à União Europeia no futuro, alegando que o bloco não tem tratado os EUA de maneira justa.
Especialistas afirmam que essas medidas de Trump, assim como a recente disputa com a Colômbia sobre deportações, demonstram que os países precisarão atender às exigências dos EUA, ou enfrentar as consequências.
Sanções dos EUA contra a Colômbia
O presidente Donald Trump anunciou sanções contra a Colômbia depois que Gustavo Petro, presidente do país, criticou a nova política de imigração dos EUA.
No último domingo de janeiro (26), Petro se negou a permitir o pouso de dois aviões militares dos EUA que transportavam colombianos deportados.