Diretor

Brasil: política monetária é ‘exemplo a não seguir’, diz BC colombiano 

“O Brasil não apenas interrompeu seus cortes de juros, assim como o fizeram o Peru e o México", disse co-diretor do BC colombiano

Banco Central / BC
Banco Central (BC)/ Foto: BC

Os erros cometidos pelo Banco Central (BC) do Brasil, que foi um dos primeiros na região a cortar as taxas de juros, podem levá-lo a precisar elevá-las novamente. O movimento serviu de alerta para a Colômbia, conforme disse o co-diretor do Banco Central colombiano, Mauricio Villamizar, durante uma apresentação: “o Brasil hoje é o exemplo a não seguir”.

“O Brasil não apenas interrompeu seus cortes de juros, assim como o fizeram o Peru e o México, mas espera-se que inverta o curso e comece a aumentar as taxas de juros”, disse Villamizar sobre a política monetária do País.

O co-diretor fez seus comentários após alertar sobre os perigos da flexibilização monetária apressada. Segundo ele, cortes de juros “precipitados” podem ter o efeito paradoxal de aumentar as taxas de empréstimos de longo prazo.

“Se o que você deseja é ter taxas baixas, especialmente para crédito de longo prazo, como hipotecas e títulos do tesouro, então reduções que não parecem sustentáveis podem acabar tendo efeitos que aumentam essas taxas de longo prazo”, afirmou.

Galípolo: Focus tem relevância como subsídio para política monetária do Brasil

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou nesta terça-feira (16) que as projeções do relatório Focus têm “relevância enorme” para subsidiar a política monetária e que existe uma institucionalidade no BC que sabe absorver as informações do Focus e qual peso dar para a construção da política monetária.

Galípolo participou do Fórum Anual da Economia e Cooperativismo de Crédito em Anápolis, Goiás, promovido pelo Sicredi.

O último relatório Focus apontou que a mediana das projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024 ficou em 4%. No início de maio, o dado estava em 3,72%. Já para 2025, a mediana tem avançado há 11 semanas consecutivas, chegando a 3,90% ao ano. A meta é de 3% para os dois anos.