O Brasil deve apresentar um superávit de US$ 59 bilhões em 2022, segundo estimativas do Indicador de Comércio Exterior (Icomex). O relatório foi divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta segunda-feira (19).
“O aumento das exportações para a China, em volume (14%), entre os meses de novembro de 2021 e 2022, foi o principal fator para o resultado obtido da balança comercial”, afirmou o Icomex.
O estudo reitera que houve influência de uma base de comparação depreciada nas exportações brasileiras de carnes para os chineses.
“Em setembro de 2021, o governo chinês proibiu as importações de carne bovina oriunda do Brasil, o que só foi suspenso em 15 de dezembro do mesmo ano. Os dados de exportações, em valor, mostram um aumento de 23.333% das exportações brasileiras desse produto para a China, na comparação entre novembro de 2021/novembro de 2022″, apontou o relatório.
Apesar da melhora, as exportações brasileiras para a China encolheram 5,7% de janeiro a novembro de 2022 ante janeiro a novembro de 2021. Já o volume importado cresceu 14,1%.
Em novembro, o Brasil registrou um saldo de US$ 6,7 bilhões. Já no acumulado de janeiro a novembro, o superávit ficou em US$ 57,5 bilhões, o mais elevado para esse período do ano na série iniciada em 1998.
Brasil registra a menor participação no PIB mundial desde 1980
Apesar do superávit positivo em 2022, o Brasil tem perdido a cada ano representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. As informações são da Austing Rating, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), e foram divulgadas pela CNN Brasil na última sexta-feira (16). Em 1980, o PIB do Brasil representava 4,3% do mundial. Hoje, representa 2,3%.
A participação do Brasil no PIB global foi medida através de um índice que compara as moedas dos países em relação ao poder de compra. A série histórica do órgão mede, por meio do PPC (paridade de poder de compra), a participação do País no PIB global desde 1980.
Segundo o ranking da Austin Rating, o Brasil, entre os latino-americanos, sempre esteve em primeiro (desde 1980), mas registrou, ao longo das décadas, sucessivas quedas na participação global do PIB.
Entre os empecilhos registrados, a dívida doméstica e a política econômica são os maiores fatores para diminuir a taxa de crescimento do Brasil nos últimos anos.