
A Braskem (BRKM5) esclareceu, em resposta a um ofício da CMV (Comissão de Valores Mobiliários), que ainda não há decisão nem prazo estabelecido para um eventual plano de reestruturação financeira.
O posicionamento contraria reportagem publicada pelo Broadcast, do Estadão, que afirmava que a companhia teria sinalizado a credores internacionais a intenção de apresentar um plano até janeiro, mês em que vencem cerca de US$ 170 milhões em juros de títulos emitidos no exterior.
Segundo a petroquímica, o diagnóstico econômico-financeiro segue em andamento e está sendo conduzido com o apoio de assessores jurídicos e financeiros.
O objetivo, segundo a empresa, é otimizar a estrutura de capital, mas ainda não há medidas concretas ou documentos vinculantes relacionados a qualquer reestruturação.
A Braskem reforçou que continuará avaliando alternativas de capital dentro de sua estratégia financeira, mas negou que exista, até o momento, qualquer decisão formal sobre o tema.
Crises de Braskem e Ambipar fazem títulos caírem no exterior
As crises das últimas semanas envolvendo risco de reestruturação de dívida da Braskem (BRKM5) e a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3) têm impactado no mercado de títulos de empresas brasileiras.
Companhias com um alto índice de risco de crédito tiveram papéis desvalorizados no mercado internacional, como foi o caso da Oi (OIBR3), Tupy (TUPY3), Rumo (RAIL3) e a antiga BRF – fundida com a Marfrig (MBRF3).
As empresas emitem títulos de dívida no exterior, mais conhecido como bonds, com o intuito de captar recursos junto a investidores internacionais e diversificar suas fontes de financiamento. O capital adquirido serve para renegociar dívidas, realizar investimentos em expansão, recompor caixa ou financiar aquisições.
Entretanto, essas companhias ficam expostas à variação cambial, pois a dívida é lançada em dólar.
O movimento, porém, acaba não influenciando na sistemática das operações das companhias no mercado nacional. Em um único mês, por exemplo, as empresas que tiveram seus bonds desvalorizados são as mesmas que passam por momentos delicados, além de Ambipar e Braskem, a CSN (CSNA3) e Movida (MOVI3).