Análise

BTG: tarifas mais brandas podem elevar presença do Brasil nos EUA

Segundo o BTG, para os produtos importados aos EUA por taxas mais altas há a chance do Brasil ter mais espaço para oferecer preços atraentes

navio com cargas de exportação / foto ilustração de matéria sobre exportação no agronegócio
Crédito: Freepik

Depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 10% ao Brasil, menor que para outros parceiros comerciais, o BTG Pactual analisou que alguns setores brasileiros podem aumentar a participação no mercado norte-americano.

Trump anunciou na quarta-feira (2) que os produtos brasileiros importados pelos norte-americanos agora estão sujeitos a uma tarifa adicional de 10%. Enquanto isso, países como o Vietnã e a Índia, por exemplo, foram taxados em 46% e 26%, respectivamente.

Segundo Iana Ferrão e a equipe do BTG, para os produtos importados aos EUA de países com taxas mais altas há a chance do Brasil ter mais espaço para oferecer preços ou condições mais atraentes. Isso tornaria os produtos do país “relativamente mais competitivos”, segundo o “Money Times”.

Além disso, o BTG destacou também que o cenário global pode beneficiar os setores de commodities, sobretudo as commodities agrícolas e metálicas, se estes capturarem mercados que os norte-americanos podem perder devido a medidas retaliatórias impostas por seus parceiros comerciais.“Os EUA competem com o Brasil na exportação de uma variedade de produtos nesses setores”, destacaram.Nesse quadro, alguns setores da economia brasileira dependem mais fortemente das vendas aos EUA.

Entre eles, semimanufaturados de ferro e aço (71,8% das exportações destinadas ao país); veículos aéreos e espaciais (63,2%); motores e máquinas (61,9%); materiais de construção (57,9%)Outros setores com exposição não desprezível incluem: etanol (16%), café (16,7%) e produtos químicos (16%).

BTG Pactual e o Cenário de Dividendos

BTG indica 12 ações com retornos de até 12,2%; confiraPara o mês de abril, o BTG Pactual (BPAC11) atualizou sua carteira de dividendos com a entrada de Alupar (ALUP11) e Santander (SANB11), com pesos de 5% e 10%, respectivamente. O banco também removeu os papéis de JBS (JBSS3) e Banco ABC (ABCB4) para abrir espaço.Os outros papéis que complementam a carteira de dividendos do BTG são: Petrobras (PETR4), Itaú Unibanco (ITUB4), BB Seguridade (BBSE3), Equatorial (EQTL3), Copel (CPLE6), Tim (TIMS3), Klabin (KLBN11), Vale (VALE3), Eletrobras (ELET6) e Direcional (DIRR3).

Novas Ações e Dividendos

Enquanto isso, com relação às novas ações que integram a seleção, os analistas ponderaram que, com a entrada em operação dos empreendimentos em construção da Alupar, nos próximos semestres haverá espaço para maiores pagamentos de dividendos.

Além disso, o cenário também tem no radar a política de dividendos em vigor desde novembro de 2022, que prevê o pagamento de no mínimo 50% do lucro líquido regulatório, segundo o “Money Times”.

A equipe do BTG também analisou que, no caso do Santander, eles enxergam os resultados melhorando, com as metas do CEO Mário Leão de aprimorar a principalidade do cliente de varejo, a receita de prestação de serviços e a captação no varejo, contribuindo positivamente, reduzindo, em última análise, a ciclicidade do banco.

Na visão do BTG, esse é um aspecto positivo para a tese de investimento de longo prazo, combinado com um crescimento mais disciplinado.

“Com a economia ainda forte, é improvável que vejamos qualquer deterioração nos indicadores de qualidade de ativos e na dinâmica de lucros, conforme corroborado pelos números do quarto trimestre do Santander”, afirmou o banco.

A carteira da instituição apresentou, em março, um desempenho positivo de 6,6%, contra 4,9% do Índice Dividendos (IDIV) e 5,9% do Ibovespa (IBOV).