
O megainvestidor Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, opiniou sobre o tarifaço imposto por Donald Trump, presidente dos EUA, sobre países como China, Canadá e México. Segundo ele, o movimento é um “ato de guerra”.
“As tarifas são – e nós tivemos muita experiência com elas – um ato de guerra, até certo ponto”, afirmou Buffett, em entrevista ao canal norte-americano CBS.
O bilionário e CEO da Berkshire Hathaway disse ainda que as tarifas, ao longo do tempo, servem como um imposto sobre as mercadoriaa. Dessa forma, elas podem causar um aumento de preço para os consumidores.
“A Fada do Dente não paga [as tarifas]!”, afirmou, entre risadas. Frenquentemente, uma guerra comercial entre países, por meio de tarifas em mercadorias importadas, são repassadas para os consumidores na forma de preços mais altos.
Na avaliação de Buffett, é essencial perguntar “e depois? o que acontece?” quando se leva em questão as implicações das tarifas e quem vai arcar com os custos.
“Quando se trata de economia, sempre é necessário perguntar: e depois?”, disse. As tarifas impostas por Trump contra México, Canadá e China começaram a vigorá nesta terça-feira (4), conforme o prometido.
Buffett diz em carta anual que EUA devem ‘gastar com sabedoria’
O megainvestidor Warren Buffett enviou uma mensagem de advertência ao governo dos EUA em sua carta anual aos acionistas da Berkshire Hathaway Inc., divulgada no sábado (22). Buffett pediu que Washington mantenha uma moeda estável e alertou sobre os riscos de uma política fiscal irresponsável.
“O papel-moeda pode ver seu valor evaporar se a insensatez fiscal prevalecer”, escreveu Buffett, de acordo com a CNN. “Em alguns países, essa prática imprudente se tornou habitual e, na curta história de nosso país, os EUA chegaram perto do limite”, acrescentou.
Aos 94 anos, Buffett também reconheceu sua idade avançada na carta, afirmando aos acionistas que agora usa uma bengala e que passará menos tempo respondendo às perguntas na reunião anual da Berkshire, em maio.
Apesar disso, ele garantiu aos acionistas que a companhia estará em boas mãos quando ele passar o comando do conglomerado para o vice-presidente Greg Abel, destacando que Abel “demonstrou vividamente sua capacidade” de alocar capital.
O relatório anual da Berkshire, divulgado juntamente com a carta de Buffett, mostrou um terceiro recorde consecutivo de lucro operacional anual, com um avanço de 27% em 2024, totalizando US$ 47,44 bilhões.
A companhia também encerrou o ano com um recorde de US$ 334,2 bilhões em caixa e equivalentes, refletindo as altas avaliações e as vendas agressivas de ações, principalmente da Apple (AAPL34). A Berkshire tem sido uma vendedora líquida de ações por nove trimestres consecutivos.
Mesmo com os receios em torno da situação fiscal do país, Buffett afirmou que sua empresa seguirá preferindo possuir ações, especialmente papéis dos EUA, em vez de capital, acrescentando que a holding “não está acabada”.