Café, hortaliças, frutas: veja as culturas que sofrem com a geada em SP

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Agricultores do interior de São Paulo relatam perdas com o registro de geada na manhã desta quinta-feira (29). O frio intenso decorre da massa de ar polar que chegou ao país nesta semana, derrubando temperaturas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No estado de São Paulo, há relatos de danos causados pela geada nesta quinta na região de Pardinho. A cidade fica a cerca de 200 quilômetros da capital paulista.
Luciane Correia, coordenadora dos cursos do Senar do Sindicato Rural de Pardinho, afirma que hortaliças, frutas, café e pastagem estão entre as plantações prejudicadas pelo frio rigoroso. Municípios vizinhos, como Botucatu, também registraram danos a lavouras, segundo ela.
A situação preocupa porque a região já teve outra geada neste mês. Ou seja, a nova onda de frio veio para agravar o quadro.
Segundo Luciane, o tamanho dos prejuízos ainda não pode ser dimensionado, porque é necessário tempo para ver como as plantas vão reagir nos próximos dias.
O certo é que a situação vai pressionar o bolso dos produtores. O cenário tende a gerar preços mais altos para os consumidores finais, diz a coordenadora.
“Nossa região foi bastante afetada. O pessoal estava mandando fotos de termômetro caseiro marcando -0,9ºC hoje pela manhã. A geada queimou pastagens, hortaliças. Frutas e café também foram prejudicados”, afirma.
“Com menos produtos no supermercado, a tendência é de aumento nos preços. Afeta o setor como um todo”, acrescenta.
Um dos produtores afetados pela situação é Otávio de Pontes Ribeiro Junior, 40. O morador de Pardinho teve uma área de pastagem de três hectares completamente prejudicada pelas geadas neste mês.
A plantação é usada para produzir alimento para cerca de 30 vacas e bezerros. Ribeiro Júnior vende leite para a indústria.
“O que a geada não pegou na semana passada, a de hoje acabou de dizimar. Quando a gente levantou para fazer a ordenha, às 6h, estava bem frio. Assim que passar o frio, voltar a chover e a temperatura subir, a pastagem rebrota. Mas isso vai demorar uns três meses. A geada não mata a raiz, mas queima as folhas na pastagem”, conta o produtor rural.
Devido aos estragos, ele terá de alimentar o gado com silagem, ração e suplementos. Essa combinação aumenta custos de produção e não é capaz de evitar perda de produtividade, diz Ribeiro Júnior.
A geada pode provocar prejuízos em plantações diversas. O tamanho de eventuais perdas depende da intensidade do fenômeno e do estágio em que se encontram as lavouras.
Em linhas gerais, a geada é caracterizada pela formação de camadas finas de gelo sobre superfícies, incluindo plantas. Para sua formação, é necessária uma combinação de fatores.
Essa combinação inclui temperatura baixa (perto de 0ºC), céu aberto e ventos calmos, segundo os meteorologistas Wallace Figueiredo Menezes, professor do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e Naiane Araujo, do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

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