O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostrou que, em janeiro, o Brasil criou 180,395 vagas de trabalho formais. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Os números do Caged expõem um crescimento frente ao resultado apresentado no ano passado, com 90.031 novas vagas. Além disso, cerca de 2,068 milhões de trabalhadores foram admitidos, enquanto 1,887 milhão foram desligados de empregos formais.
“O mais bacana é ver que os empregos estão surgindo em vários setores, principalmente em serviços e indústria, o que mostra uma recuperação bem distribuída. E não é só isso: todas as regiões do país estão contratando mais, o que é ótimo para todo mundo. Além disso, o salário médio de quem está sendo contratado também subiu, o que significa que não só tem mais emprego, mas os empregos estão, de certa forma, melhores”, disse André Colares, sócio da Smart House Investments, em resposta ao BP Money.
No período mensal, quatro dos cinco grandes segmentos de atividades econômicas brasileiras tiveram saldo positivo de vagas. O destaque foi a criação de 80,587 vagas no setor de serviços, seguido de 67.029 no ramo industrial.
Da mesma forma, na construção, 49.091 novos postos foram criados. Já na agropecuária, houve acréscimo de 21.900 vagas, de acordo com a Reuters.
Caged: comércio tem saldo negativo
Apesar do cenário positivo demonstrado pelo Caged, o setor do comércio não foi tão bem quanto os demais, com saldo negativo de 38.212 vagas de trabalho formais.
“O Banco Central manterá vigilância, pois esse crescimento pode indicar uma economia aquecida. Isso potencialmente influenciará a trajetória da queda dos juros no Brasil, exigindo cautela e análise precisa para manter a estabilidade econômica”, explicou Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos.
Entre os estados do Brasil, São Paulo liderou o ranking de mais postos criados, com 38.499, enquanto, do lado oposto, o Maranhão teve o menor número, criando apenas 831 vagas formais.
Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike, disse ao BP Money que o BC (Banco Central), na próxima semana, na superquarta, deve rever e tirar o plural da diminuição das duas próximas reuniões da taxa Selic de meio por cento.
“Além de tudo,isso mostra que o Banco Central foi extremamente assertivo quando ele foi cauteloso com a diminuição dos juros, porque de um outro lado, de um viés negativo, acende novamente uma possibilidade de inflação e mostra que o Banco Central realmente agiu certo em ser cauteloso na diminuição, principalmente as consequências dessa geração de emprego vindo bem acima da expectativa e gerando um aumento real de salário de contratação”, concluiu ele sobre o Caged.