Mercado imobiliário

Caixa vê desafio para captação em 2025 e busca novas fontes

O banco teve financiamento imobiliário sustentado por FGTS

Caixa
Caixa Econômica Federedal/Foto: Divulgação

A Caixa Econômica Federal pretende liderar as conversas do mercado nacional sobre o futuro do crédito imobiliário. De acordo com o banco estatal, as projeções para 2025 demandam atenção devido à atual dependência significativa da poupança. No entanto, uma fonte de otimismo pode ser as novas regulamentações do CMN (Conselho Monetário Nacional) para as letras de LCIs (crédito imobiliário).

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, declarou na quarta-feira, 28, que o banco garantiu a captação necessária para cumprir o orçamento de crédito em 2024, ano em que antecipa um novo crescimento.

A preocupação surge para 2025, com a perspectiva de que a poupança possa perder sua atratividade para os brasileiros de forma estrutural, não apenas conjunturalmente.

“Historicamente, a redução da Selic ajuda a poupança, mas com a concorrência com outras formas de investimento, esse movimento não deve ser natural”, disse o executivo em coletiva de imprensa.

A ocasião tratou dos resultados da Caixa em 2023, em que o banco teve uma alta de 15,5% no lucro líquido em 2023, para R$ 10,6 bilhões, embalado pelo crédito, que cresceu 10,6%.

Caixa tem financiamento imobiliário sustentado por FGTS

A carteira de financiamento imobiliário teve um crescimento notável de 14,6% em relação a 2022, impulsionando os resultados positivos. No entanto, essa expansão foi sustentada principalmente pelas linhas de crédito com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), em meio à diminuição da disponibilidade de recursos da poupança. Enquanto o FGTS destinou quase R$ 100 bilhões à habitação em 2023, um aumento em relação a 2022, o saldo da poupança da Caixa registrou uma queda de 0,7%, totalizando R$ 358,328 bilhões.

Caixa mira em alternativas para os desafios

A Caixa optou por utilizar o FGTS para compensar a redução da poupança, mas esse redirecionamento enfrenta limitações. Por exemplo, o pró-cotista, uma das principais linhas financiadas pelo FGTS, atende famílias com renda mensal de até R$ 8.000, excluindo assim uma parte da classe média que também adquire imóveis. Diante da retração de outros bancos no segmento, essas famílias recorreram à Caixa no ano passado.

O presidente da Caixa, Vieira, aponta a liberação de depósitos compulsórios da poupança como uma opção viável a curto prazo. Essa medida, solicitada ao Banco Central no ano passado, poderia injetar até R$ 70 bilhões no mercado se o percentual de depósitos da poupança mantidos no Banco Central fosse reduzido para 15%.

Além disso, a securitização da carteira de crédito imobiliário do banco e a atração de recursos estrangeiros para captação são consideradas alternativas. Vieira destaca que a estrutura da Caixa para securitização está preparada, mas a atração de investidores pode ser impulsionada por uma queda adicional das taxas de juros. Quanto à captação de recursos estrangeiros, o banco espera que o novo programa de hedge cambial do governo facilite essa iniciativa.

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