SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta sexta-feira (10), terceiro dia de paralisações, caminhoneiros seguem concentrados em três estados, mas sem interromper o trânsito nas vias. Segundo o Ministério de Infraestutura, há manifestantes reunidos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e Rondônia.
O ministério informa também que há aglomerações no Mato Grosso e no Pará, também sem prejuízo ao fluxo de veículos. Em Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santos e Paraná já não há mais qualquer ponto de paralisações nas rodovias federais.
Os protestos tiveram início um dia após os atos de raiz golpista convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Não há apoio formal de entidades da categoria, e os motoristas mobilizados são alinhados politicamente ao governo ou ligados ao agronegócio. Os caminhoneiros dizem que a manifestação será mantidas até a meia-noite de hoje.
Os caminhoneiros encerraram bloqueios na quinta (9), por volta das 16h, mas 13 estados seguiram com pontos de concentração até o fim da noite.
Na noite de quarta (8), Bolsonaro pediu a aliados que dialoguem com a categoria para liberar as rodovias. Em áudio, o presidente pediu a desmobilização, afirmando que o movimento prejudica a economia.
“Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, diz Bolsonaro.
Em Brasília, caminhoneiros ainda estão acampados e mantêm os veículos estacionados na Esplanada dos Ministérios.
Os caminhões foram usados para romper o bloqueio da polícia e permitir o acesso ao STF e ao Congresso. O bloqueio na altura do Itamaraty, que impede o acesso aos dois prédios, foi o único que não foi derrubado pelos manifestantes bolsonaristas.
Após a resistência inicial, um terço dos caminhões foi retirado da Esplanada até o fim da manhã desta quinta, como constatou a Folha. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do DF seguiu negociando a retirada dos veículos que ainda permanecem no local.
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com os caminhoneiros na quinta, que disseram que só destravam vias se pauta anti-STF avançar.