Economia

Campos Neto: ajuste fiscal via receita reduz crescimento econômico

Segundo ele a desconfiança sobre as contas públicas impacta os juros de longo prazo e as expectativas de inflação

Foto: Raohael Ribeiro / Banco Central
Foto: Raohael Ribeiro / Banco Central

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), declarou que os ajustes fiscais muito focados em ganho de receita são menos eficientes e podem resultar em menor investimento, menor crescimento econômico e inflação mais alta

As falas de Campos Neto ocorrem durante o Fórum Jurídico de Lisboa, na ocasião, o presidente do BC também afirmou que a desconfiança sobre as contas públicas impacta os juros de longo prazo e as expectativas de inflação. 

Estudos mostram que ajustes desse tipo geram aumento de custos para companhias, disse Campos Neto, e deixam os projetos de investimento inviáveis, devido ao nível alto dos juros, além de criar insegurança jurídica. 

O que acontece é que a combinação desses três fatores implica, no final das contas, menos investimento, menor crescimento e mais inflação”, disse ele, de acordo com o “InfoMoney”,

Muitos países, não só o Brasil, optam por fazer ajuste via ganho de receitas por conta de amarras no orçamento, comentou o executivo. 

Campos Neto disse acreditar que, em países emergentes, ajustes fiscais focados em ganho de receita influenciam o prêmio de risco do que os ajustes via revisão de gastos.

Além disso, em países cuja dívida pública supera os 60% do PIB (Produto Interno Bruto), políticas que estimulam o fiscal geralmente têm efeito negativo sobre o produto. 

“Expectativa vai tanto pelo canal monetário quanto pelo canal fiscal, quando a gente aumenta os gastos públicos existe uma percepção de maior risco sobre a sustentabilidade da dívida”, disse.

Câmbio e juros são pressionados por falas de Campos Neto

As afirmações do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, sobre a autarquia não fazer intervenções no mercado visando nível para o dólar, não pegaram bem para os ativos do Tesouro, o câmbio e para os juros futuros. 

Enquanto o mercado embute prêmios de risco nos investimentos domésticos, renovando a desconfiança dos agentes com a política econômica, o dólar e os juros futuros atingiram os níveis máximos do pregão. 

Durante o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, que não conseguiu pôr integralmente os papéis no mercado, o movimento no câmbio e juros se intensificou, de acordo com o “Valor”. Uma resposta às declarações de Campos Neto.

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