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Campos Neto: Brasil não deve ser tão afetado por políticas de Trump

“Temos o problema [das tarifas comerciais] na China e no México, mas o Brasil está muito distante disso", disse Campos Neto

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA não deve impactar o Brasil de forma tão significativa quanto outros mercados emergentes, como China e México.

Segundo Campos Neto, ainda que a valorização do dólar possa afetar algumas regiões, o Brasil deve sofrer menos com esses efeitos.

“Temos o problema [das tarifas comerciais] na China e no México, mas o Brasil está muito distante disso. Obviamente, um dólar mais forte vai afetar os mercados emergentes, mas minha visão é de que o Brasil seria menos afetado”, comentou Campos Neto em participação por videoconferência no evento promovido pelo Valor Capital Group, conforme publicado pelo “Valor Econômico”.

A combinação possível entre a política tarifária de Trump, a redução de trabalhadores imigrantes nos EUA e a expansão fiscal por meio do corte de impostos aponta para um cenário inflacionário, segundo a avaliação de Campos Neto.

Além disso, o presidente do BC aproveitou o momento para discutir a questão fiscal no Brasil. Para ele, o alto prêmio de risco no país cria um contexto onde uma política fiscal mais contracionista pode, paradoxalmente, gerar efeitos expansionistas nas condições financeiras.

Campos Neto: Bancos centrais devem focar nas mudanças climáticas

Os mandatos dos bancos centrais ao redor do mundo devem incorporar as mudanças climáticas, defendeu o presidente do BC (Banco Central do Brasil)Roberto Campos Neto, em evento do BIS (Banco de Compensações Internacionais).

Com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e seus impactos à economia ainda subestimados, Campos Neto defende que o tema deve ser uma preocupação central. Os custos da transição verde também têm se mostrado maiores do que o esperado, mas são necessários, destacou o presidente do BC.

Assim, ele afirma que os bancos centrais precisam pensar em formas de incentivar a transição verde. Um exemplo de medida citado foi a cobrança de um custo de capital maior a bancos com investimentos não-verdes.

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