O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, declarou nesta segunda-feira (12) que está “sedimentado” entre os diretores da instituição o consenso de que realizarão as ações necessárias para trazer a inflação à meta, independentemente de quem for o presidente da autarquia.
Durante palestra no evento de inauguração do novo campus da FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo, Campos Neto também pontuou que o ambiente de inflação acima da meta e expectativas desancoradas é um motivo de receios. Ele acrescentou que o BC tem feito o máximo para deixar evidente que suas decisões são técnicas.
“A gente tem tido uma mensagem inequívoca e consensual de que o BC vai fazer o que for preciso para trazer a inflação à meta, isso é muito importante e independente de quem seja o presidente ou de qual seja o mandato, isso está bem sedimentado no grupo que temos hoje”, disse ele, de acordo com o ‘InfoMoney’.
“A gente tem feito o máximo possível no sentido de mostrar que é técnico, que o grupo é coeso, que não importa quem estará lá, o BC vai agir sempre de forma técnica”, acrescentou a autoridade.
Campos Neto pode ser investigado por offshore
Uma liminar obtida por Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), foi derrubada pela 1ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF1), por unanimidade de votos. O processo corre na Comissão de Ética Pública da Presidência, e após a decisão as investigações sobre a denúncia de que o executivo mantém offshore no exterior podem ser retomadas.
O “Pandora Papers”, arquivos vazados com dados sobre possíveis de contas em paraísos fiscais, foi divulgado pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), de onde saiu a informação de que Campos Neto teria ligação com offshore.
Apesar da investigação contra Campos Neto na Comissão de Ética ter começado em 2019, a PGR (Procuradoria-Geral da República), na gestão de Augusto Aras, arquivou a apuração preliminar, em 2021.