Economia

Campos Neto: cortes de 0,5 p.p são apropriados nas próximas reuniões

"A gente pretende continuar com esse ritmo nas próximas reuniões", disse Campos Neto

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), disse nesta sexta-feira (1º) que as variáveis econômicas de hoje no Brasil, tornam apropriados cortes de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).

“Com as variáveis que temos na mão hoje, a gente entende que o ritmo de 0,50 ponto é apropriado. A gente pretende continuar com esse ritmo nas próximas reuniões — e a gente vai avaliar em uma semana, que é a próxima reunião do Copom”, disse durante almoço anual de dirigentes de bancos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo o presidente do BC, a equipe da autoridade monetária entende que o ritmo de corte na Selic é o adequado, porém ainda é necessário ver juros no campo restritivo.

“É importante analisar a estrutura da curva de juros, não só a taxa de juros reais na ponta. Uma outra coisa importante é que a gente precisa ver o diferencial de juros, tanto nominal quanto real do Brasil para outros países.”

Questionado sobre os motivos da taxa real de juros não ter mudado, Campos Neto enfatizou que não é verdade que ela esteja constante. “Ela tem caindo, depende do ponto da curva que se olha.”

Segundo ele, o Brasil teve dados de inflação recentes que foram “mais ou menos” dentro do esperado. “A inflação cheia veio um pouco acima, mas o qualitativo dela veio um pouco melhor”, observou.

Selic: OCDE projeta taxa de juros a 7,8% no Brasil em 2025

A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) emitiu relatório nesta quarta-feira (29) projetando a taxa Selic do Brasil no ano de 2025.

A expectativa do grupo é que daqui a dois anos, a taxa de juros básica no País esteja em 7,8%. Já para 2024, a projeção é de que a taxa caia a 9,2% ao ano. Vale lembrar que a taxa atualmente está em 12,25% ao ano e ficou estacionada por aproximadamente um ano em 13,75%, entre agosto de 2022 e julho deste ano.

Para justificar sua posição, a OCDE destaca o ciclo de cortes atual do BC (Banco Central) e a inflação em queda. A Organização menciona a política fiscal expansionista adotada pelo governo Lula neste ano. Destaca, porém, a aprovação do novo arcabouço fiscal, que eleva a “previsibilidade no médio prazo” e adiciona “flexibilidade, especialmente para investimentos”.

No relatório a OCDE prevê um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 3% neste ano. Para 2024, vê desaceleração para 1,8%; para 2025, leve retomada a 2%.

As projeções para a inflação ficaram em 4,5% em 2023; em 3,2% em 2024; e 3% em 2025. “A queda da inflação é resultado da adiantada resposta da política monetária e da normalização de distúrbios na cadeia de suprimentos”.