Influência externa

Campos Neto diz que inflação dos EUA foi “bastante ruim”

O CPI nos EUA registrou um aumento de 0,4%, abaixo do esperado

Foto: Lula Marques /  Agência Brasil
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), fez declarações negativas aos dados econômicos norte-americanos, sobretudo ao CPI (índice de preços ao consumidor). O executivo classificou os resultados como “bastante ruins”. 

Os números do índice inflacionário dos EUA veio acima do esperado pelo mercado, em entrevista à Globonews, Campos Neto pontuou, ainda, que as expectativas são de que o ciclo de redução dos juros no país não inicie em junho. 

“As circunstâncias externas, dado que o grande padrão de liquidez mundial está baseado no que acontece com a taxa de juros norte-americana… eu diria que em termos de taxa de juro americana, mudou”, disse.

Ao ser questionado quanto ao cenário externo e impactos da inflação nos EUA, Campos Neto avaliou que não existe relação entre o que ocorre no país norte-americano e no Brasil. 

Além disso, o BC apenas olhas para fatores de risco, avaliando muitas variáveis que afetam a política monetária doméstica, disse.

Ao passo que a trajetória dos preços no Brasil pode melhorar o trabalho do BC no quesito de afrouxamento monetário, os números da inflação nos EUA abrem espaço para dúvidas sobre o momento de início do corte de juros no país.

CPI nos EUA foi de 0,4% em março, acima do esperado

O índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA registrou um aumento de 0,4% em março, mantendo a mesma taxa observada em fevereiro após ajustes sazonais, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (10), pelo Departamento do Trabalho dos EUA.

Em comparação com março do ano anterior, a inflação atingiu 3,5%, representando um aumento em relação aos 3,2% registrados no mês anterior.

O dado de março superou as expectativas, já que o consenso dos analistas da LSEG projetava uma variação de 0,3% na leitura mensal e uma inflação de 3,4% na base anual.

Em março, o núcleo da inflação, que exclui as variações de preços de alimentos e energia, registrou um aumento mensal de 0,4%, mantendo-se estável em relação a fevereiro.

Da mesma forma, o avanço anual nessa leitura foi de 3,8%, igual ao registrado no mês anterior.