Economia

Campos Neto diz que inflação global desacelerou

O presidente do BC ressaltou que os núcleos de preços nas principais economias ainda permanecem em níveis elevados

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou que as taxas de inflação global estão em um processo de desaceleração, impulsionadas principalmente pela queda nos preços dos alimentos e energia. No entanto, ele ressaltou que os núcleos de preços nas principais economias ainda permanecem em níveis elevados, especialmente devido à pressão nos serviços. A fala aconteceu nesta terça-feira (6), durante um evento em São Paulo.

Campos Neto enfatizou que, tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina, esses núcleos de inflação estão mais contidos em comparação com períodos recentes. “De fato, as inflações de serviços estão rodando a níveis muito altos. Em alguns emergentes, os serviços já estão abaixo de padrões históricos”, comparou.

Segundo Campos Neto, quatro grandes questões dominam o debate global sobre inflação: a dinâmica inflacionária nos EUA, a situação econômica da China, a realidade da divisão global e a dinâmica de um mundo significativamente mais endividado após a pandemia, com as taxas de juros ainda elevadas.

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Em relação à inflação no Brasil, Campos Neto mencionou que tem seguido mais ou menos conforme o previsto pelo Banco Central, apontando para a convergência da taxa em direção à meta. Ele observou que o recente aumento marginal no núcleo de serviços foi focalizado em passagens aéreas e emplacamento de carros novos, mas dentro das projeções estabelecidas.

Campos Neto também destacou que o mercado de trabalho está sob escrutínio próximo pelo Banco Central, e a equipe identificou um aumento nos preços em setores com maior intensidade de mão de obra. Ele apontou que a massa salarial está aumentando entre 5% e 5,5%.

Além disso, o presidente do Banco Central ressaltou que a inflação implícita de longo prazo está em declínio, o que indica uma percepção reduzida de risco por parte do mercado em relação à mudança de direção do Banco Central ao longo do ano. “A gente vê uma inflação mais longa equilibrada em temos de expectativa”, reforçou.